Donald Trump e Charlie Kirk. Foto: Josh Edelson/AFP

Após o assassinato de Charlie Kirk, CEO e cofundador do grupo de extrema-direita Turning Point USA, dezenas de publicações e mensagens nas redes sociais que comentavam sua morte, incluindo algumas que a celebravam, estão sendo alvo de uma campanha online para identificar e punir os autores.

Ativistas, políticos e influenciadores estão expondo e pedindo a cabeça de quem não transformou Kirk em um santo.

A campanha evidencia como mensagens, mesmo de contas com poucos seguidores ou de pessoas fora do foco público, podem ser amplamente expostas. Um site nos EUA afirma ter recebido quase 30 mil nomes e planeja criar um banco de dados com as informações das pessoas, incluindo localização e setor de trabalho.

Embora muitos dos posts não incentivassem diretamente a violência, a campanha tem resultado em ameaças e assédio online.

A influenciadora de extrema-direita Laura Loomer publicou no X que passaria a noite “tornando famosa toda pessoa que celebrasse a morte de Kirk”, alertando que a vida profissional dos envolvidos poderia ser prejudicada. Algumas contas começaram a listar os chamados “Trophy Cases”, compilando em tempo real casos de pessoas supostamente demitidas por suas publicações.

Entre elas, o analista político Matthew Dowd, da MSNBC, afastado após comentar que a retórica de Kirk poderia ter contribuído para o ataque, o que gerou reação do ex-presidente Donald Trump. A senadora Marsha Blackburn, do Tennessee, apoiou a demissão de um professor universitário que havia afirmado não ter “nenhuma simpatia” pela morte de Kirk.

Escolas e empresas privadas, como Freddy’s Frozen Custard & Steakburgers, Carolina Panthers e até a DC Comics, também afastaram funcionários após comentários relacionados ao caso. Um episódio de South Park, que satirizava Kirk, foi retirado do ar. No entanto, Kirk chegou a comentar que o episódio era “hilário”. Ele até mudou a foto de perfil do seu TikTok para a imagem do personagem Cartman.

O episódio também atinge brasileiros que comentaram o caso nas redes sociais. Políticos como Nikolas Ferreira estão perseguindo quem fala de Charlie Kirk e entregando o nome da vítima para autoridades americanas nas redes. O governo dos Estados Unidos revogou o visto do neurocirurgião Ricardo Barbosa após ele celebrar a morte de Kirk, tornando a medida permanente, segundo o subsecretário de Estado Christopher Landau.

“De todo o conteúdo online depravado que já vi, este talvez seja o mais assustador. Este é um NEUROCIRURGIÃO do Brasil. Ele não apenas elogia o assassino de Charlie Kirk por sua ‘pontaria impecável’, mas também especifica ‘coluna cervical’. Este é um profissional licenciado que fez o Juramento de Hipócrates?”, escreveu Landau, ordenando a revogação do visto e sugerindo que autoridades brasileiras avaliem a conduta do médico.

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) cancelou a apresentação do jornalista e escritor Eduardo Bueno, o Peninha, após ele fazer declarações nas redes sociais dizendo que “foi bom para suas filhas” que Kirk tivesse sido morto. Vereadores do Novo passaram a perseguir Peninha.

A universidade ressaltou repudiar qualquer manifestação contrária à vida e à dignidade humana, reforçando seu compromisso com valores institucionais e com a liberdade de expressão. Peninha também teve o lançamento de um livro cancelado. Além disso, o jornalista Luciano Potter, seu colega no podcast “Nós Na História”, decidiu rifar o parceiro e encerrou a parceria com medo dos americanos.

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Last Update: 13/09/2025