O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Reuters

Publicado originalmente em Brasil de Fato

O governo da Venezuela denunciou, neste sábado (13), que um barco pesqueiro venezuelano, tripulado por nove pescadores de atum, foi atacado por fuzileiros navais, a bordo do navio destróier de mísseis da Marinha dos Estados Unidos, o USS “Jason Dunham” (DDG-109).

Segundo o comunicado do governo venezuelano, o ataque ocorreu na sexta-feira (12), a 48 milhas náuticas a nordeste da Ilha de La Blanquilla, localizada em águas pertencentes à Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Venezuela.

“O navio de guerra mobilizou 18 soldados com armas longas que abordaram e ocuparam a pequena e inofensiva embarcação por oito horas, impedindo a comunicação e as atividades normais dos pescadores que realizavam a pesca autorizada de atum, em uma operação que carece de qualquer proporcionalidade estratégica e constitui uma provocação direta através do uso ilegal de meios militares excessivos”, relatou o governo venezuelano no comunicado.

O governo de Donald Trump tem intensificado a presença militar na região do Caribe, sob o argumento de “combater o narcotráfico”, com o envio de soldados, navios e submarinos fortemente armados.

Antes do início da operação militar, em agosto, o Departamento de Estado dos EUA havia aumentado a recompensa pela prisão do presidente Nicolás Maduro para US$ 50 milhões. Sem apresentar provas, o órgão do governo estadunidense acusou o mandatário venezuelano de ser o chefe do Cartel dos Sóis, uma suposta organização criminosa, sobre a qual não há informações oficiais.

Na última semana, a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) emitiu um comunicado oficial em que afirma que o governo dos Estados Unidos busca “fabricar um incidente de falso positivo” que serviria de “pretexto para justificar uma agressão militar” contra o país sul-americano. Na nota divulgada neste sábado, o governo venezuelano volta a denunciar as provocações.

Navio anfíbio USS Iwo Jima navegando no mar do Caribe em 28 de agosto de 2025. — Foto: Logan Goins/Marinha dos Estados Unidos

“Aqueles que ordenam essas provocações buscam um incidente para justificar a escalada da guerra no Caribe, a fim de promover sua política fracassada de mudança de regime, rejeitada pelo próprio povo americano. Ao colocar seus soldados e oficiais como bucha de canhão e arriscar suas vidas mais uma vez, eles estão repetindo a história de outros eventos que levaram a guerras intermináveis ​​como a do Vietnã”, disse o governo de Nicolás Maduro.

“O incidente reflete o comportamento vergonhoso de setores políticos em Washington, que irresponsavelmente comprometem recursos militares extremamente caros e soldados treinados como instrumentos para fabricar pretextos para aventuras bélicas, atacando também seu próprio prestígio e honra militar ao realizar essa manobra grotesca e excessiva”, afirma texto.

Forças Armadas estão preparadas para defender a soberania do país

O comunicado reafirma que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, seguem monitorando o incidente com o barco de pescadores e dado suporte aos trabalhadores vítimas do ataque.

Finalmente, o governo venezuelano instou o governo de Donald Trump a cessar as hostilidades e ameaças contra seu país. “O governo venezuelano exige que os Estados Unidos cessem imediatamente essas ações, que colocam em risco a segurança e a paz do Caribe. Também apela ao povo americano para que reconheça a gravidade dessas manobras e rejeite o uso de seus soldados como peões sacrificiais para sustentar os desejos de uma elite gananciosa e predadora”, diz a nota.

“Nosso país reafirma seu compromisso com a paz e continuará defendendo sua soberania e a segurança de suas águas contra qualquer provocação”, conclui.

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Last Update: 13/09/2025