O tenente-coronel Mauro Cid durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal. Foto: Tom Molina/STF
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, pretende se mudar para os Estados Unidos após ser condenado a 2 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Delator na investigação sobre a trama golpista, ele já tinha planos de deixar o Brasil e apostava que a pena reduzida, resultado do acordo de colaboração, permitiria concretizar o projeto.
Segundo o Metrópoles, o ex-ajudante vinha demonstrando confiança na estratégia de sua defesa e acreditava que sua delação, que teria apresentado provas robustas, garantiria uma punição bem mais leve do que a aplicada aos demais réus. A pena em regime aberto, definida no julgamento, reforçou a perspectiva.
Cid não perderá a patente de tenente-coronel, mesmo após ter solicitado baixa do Exército. Essa condição o diferencia de outros militares condenados no processo, que enfrentam restrições mais severas.
Com o regime aberto, ele terá liberdade de circulação, algo fundamental para viabilizar a mudança. Outro fator que favorece os planos de Cid é o fato de ter um irmão residindo na Califórnia.
Mauro Cid e seu advogado, Cezar Bitencourt. Foto: Ton Molina/STF
Os pais, a esposa e as filhas de Cid deixaram o Brasil em abril, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), e viajaram para Los Angeles. A viagem foi descoberta por investigadores, que apontavam que ele já planejava fugir para o exterior na ocasião.
O julgamento da Primeira Turma do STF impôs uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão ao ex-presidente, a maior entre os integrantes do “núcleo central” da trama golpista. Além de Cid e Bolsonaro, também foram condenados Walter Braga Netto, Anderson Torres, Almir Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem.