Uma fonte afirmou que aproximadamente 300 sírios, na sua maioria soldados, mas também alguns policiais, estão recebendo treinamento em duas bases militares no centro e leste na Turquia. Ambos os países firmaram acordo de segurança, realizado entre Turquia e a Síria em agosto, disseram Middle East Eye (MEE), em 9 de setembro. Uma outra fonte informou que a Turquia pretende treinar cerca de 5.000 soldados e policiais da Síria em um prazo curto, esperando que o número aumente para cerca de 20.000 em médio e longo prazo. Ao mesmo tempo, as forças de segurança turcas estão se retirando da região norte em Alepo, onde estiveram por 8 anos, como parte das operações da Força Tarefa de Emergência na Síria.
As bases de Azaz e Jarablus foram evacuadas e entregues às forças de segurança alinhadas com o novo governo sírio, os equipamentos e militares retirados em Alepo estão sendo transferidos para as províncias turcas de Hatay, Gaziantep e Kilis, inclusive sendo redistribuídos de forma temporária dentro da Turquia.
Um porta-voz do governo sírio disse que não tinha conhecimento de algum programa de treinamento, enquanto que o Ministério de Defesa turco não tem comentado sobre a situação, porém confirmou que no mês passado, no âmbito do acordo bilateral proporcionaria a Síria, treinamento, assessoria e entregas de equipamentos.
Neste acordo, considera-se como primeira tarefa a reestruturação das forças armadas da Síria, a transferência da experiência e entrega de equipamentos e insumos militares para a construção de um exército moderno capaz de responder às ameaças internas e externas.
Síria tem solicitado formalmente a assistência militar turca desde julho, depois que os ataques aéreos israelenses tiveram como objetivos Síria e Swayda. A imprensa síria informou que os aviões israelenses atacaram objetivos em Latakia e Homs, nesta segunda-feira (8) à noite, atingindo uma escola de defesa aérea e depósitos militares. Uma fonte de segurança de “Israel” afirmou a Al Arabiya que os ataques tiveram como objetivos os armazéns que guardavam mísseis e sistemas de defesa de fabricação turca.
“A Turquia está tentando nos intimidar e nos arrastar para um confronto militar que não tememos, mas não queremos”, afirmou a fonte, insistindo que “Israel” atacaria qualquer ameaça percebida e exigindo a desmilitarização do sul da Síria. Os últimos acontecimentos se produziram, enquanto a Turquia pressiona as Forças Democráticas Sírias (FDS), liderada por curdos para que se integrem às novas forças de segurança sírias.
Em 5 de setembro, o porta-voz do Ministério de Defesa turco, Zeki Akturk, criticou a negativa das Forças Democráticas Sírias em relação ao desarmamento e integração com as estruturas estatais, o que ameaça tanto a unificação síria como a segurança nacional da Turquia.
A Turquia acusa o grupo de operar como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e se alinharem com “Israel”.
Desde que o ex-chefe da Al Qaeda Ahmad al-Sharaa assumiu a presidência da Síria em dezembro, com a deposição do presidente legítimo Bashar al Assad, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) tem documentado mais de 3.000 execuções extrajudiciais por parte das atuais forças de segurança e das milícias aliadas, principalmente contra as comunidades alauitas e drusas.