Da redação
Prossegue a partir das 14 horas desta quinta-feira,11, o julgamento de Bolsonaro e mais sete réus pela tentativa de golpe de Estado.
A sessão teve de ser atrasada em função do voto de Luiz Fux, que durou quase 12 horas e teve a proeza de conseguir cansar até mesmo os ministros da Primeira Turma.
Poderia ao menos ter sido um voto emblemático. Mas não foi. Entrou para a história como um dos mais subservientes aos poderosos de farda e à paisana e ao império estadunidense.
Deu um cavalo de pau em seu tradicional punitivismo apresentado ao longo de sua trajetória como juiz, e resolveu ser condescendente justamente com a quadrilha que tentou um golpe de Estado contra o Brasil.
Inocentou Bolsonaro, além dos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, o almirante Almir Garnier, Alexandre Ramagem e Anderson Torres em todos os crimes de que são acusados.
No caso do general Walter Braga Netto e do tenente-coronel Mauro Cid, Fux deu uma mordidinha de leve. Condenou-os em apenas um, dos cinco crimes de que são acusados: tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito. A pena para esse crime gira em torno de 4 a 8 anos de prisão.
Penúltimo dia de julgamento
A primeira a votar, na tarde de hoje, será a ministra Carmen Lúcia, seguida por Cristiano Zanin, que também preside a Primeira Turma e encerrará a votação.
A condenação dos oito réus poderá ser confirmada já na votação de Carmen Lúcia. São necessários três votos dos cinco ministros que compõem a Primeira Turma do STF.
Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram pela condenação de todos os réus.
Na sexta, 12, será dado o veredicto final e fixada a dosimetria da pena para cada um dos condenados.
Após a sentença, as defesas ainda podem recorrer, e apresentar embargos de declaração, em que solicitam esclarecimentos sobre a decisão dos magistrados.
Embargos infringentes só poderão ser utilizados pelos advogados dos condenados, caso ocorram dois votos pela absolvição do réu.