A inauguração do Instituto de Pesquisa Biofarmacêutica, fruto da joint venture Biotech Pharmaceutical entre Cuba e China, foi descrita pelo vice-primeiro-ministro cubano Eduardo Martínez Díaz como um marco para a pesquisa conjunta entre os dois países. O objetivo da iniciativa é desenvolver imunoterapias inovadoras contra o câncer e doenças neurodegenerativas e autoimunes, combinando tecnologia chinesa e expertise científica cubana.

Durante visita às instalações, Martínez Díaz revelou que Cuba recebeu cerca de US$ 200 milhões em apoio do país asiático. Os recursos foram usados principalmente para compra de matérias-primas destinadas à produção de medicamentos na Ilha e para financiar projetos de pesquisa e desenvolvimento.

Produção compartilhada e inovação contínua

Segundo o vice-premiê, mais de dez unidades de produção na China — algumas de propriedade chinesa e outras mistas — já fabricam produtos genéticos utilizados na linha básica de medicamentos cubana. Além disso, novos campos de cooperação foram abertos em gestão de resíduos sólidos, telecomunicações e telemedicina, com planos de instalar o primeiro hospital digital de Cuba na próxima fase da parceria.

O presidente Miguel Díaz-Canel Bermúdez, que também visitou as instalações em Pequim, elogiou o desempenho da Biotech Pharmaceutical.

“Esta é uma empresa que nunca para, que está constantemente inovando, que sempre alcança resultados”, afirmou.

Crescimento e novos investimentos

O diretor chinês da joint venture, Bai Xianhong, destacou que as vendas da empresa quase quadruplicaram desde 2015, apesar da forte concorrência no mercado biofarmacêutico chinês. Ele anunciou ainda que novos investimentos devem triplicar a capacidade produtiva, chegando a 4 milhões de frascos anuais.

A Biotech Pharmaceutical já distribui medicamentos cubanos inovadores para cerca de 2.000 hospitais chineses. Entre os destaques de pesquisa clínica estão o Nimotuzumab, para diferentes tipos de câncer; o Itolizumab, para síndrome do desconforto respiratório agudo; e o CIMAVax, voltado ao tratamento do câncer de pulmão. Outro avanço é o desenvolvimento da proteína jy09, para diabetes tipo 2.

Saúde e diplomacia em sintonia

Para Mayda Mauri Pérez, presidente do grupo empresarial BioCubaFarma, a Biotech Pharmaceutical representa um modelo de cooperação bilateral que beneficia diretamente os povos de Cuba e da China.

Díaz-Canel reforçou que o próximo desafio é expandir exportações para outros mercados, incluindo a ASEAN, a União Econômica Eurasiática, além de países da América Latina, Caribe e África.

“Devemos pensar grande. Esta parceria não apenas fortalece nossos sistemas de saúde, mas abre espaço para que Cuba ocupe novos nichos no competitivo mercado biofarmacêutico mundial”, afirmou o presidente.

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Last Update: 10/09/2025