
O encontro entre o presidente de Israel, Isaac Herzog, e o papa Leão XIV, no Vaticano, nesta quinta-feira (4), acabou marcado por um constrangimento diplomático. A Presidência israelense afirmou que a reunião ocorreu a convite do pontífice, mas o Vaticano desmentiu a versão e destacou que não costuma convidar líderes, apenas atender a pedidos de audiência.
Na terça-feira (2), o gabinete de Herzog divulgou uma nota dizendo que o papa havia feito o convite para a reunião. Horas depois, o Vaticano rebateu em comunicado: “É prática da Santa Sé atender aos pedidos de audiência com o papa feitos por chefes de Estado e de governo; não é sua prática estender convites a eles”.
Segundo fontes ligadas ao presidente israelense, Herzog já havia agendado uma visita ao papa Francisco antes de sua morte e, após a posse de Leão XIV, o encontro foi reorganizado por meio de canais diplomáticos. As fotos divulgadas mostram os dois líderes se cumprimentando no Palácio Apostólico, sem sorrisos.
É urgente o cessar-fogo em #Gaza e a entrada de ajudas humanitárias
🇻🇦#PapaLeãoXIV recebeu em audiência, no #Vaticano, o Presidente do Estado de #Israel 🇮🇱 ,Isaac Herzog pic.twitter.com/tk4obUoMaJ
— Vatican News (@vaticannews_pt) September 4, 2025
Durante a reunião, o papa Leão XIV voltou a pedir o fim da guerra em Gaza e a libertação dos reféns. “Espera-se uma pronta retomada das negociações para garantir a libertação de todos os reféns, alcançar urgentemente um cessar-fogo permanente, facilitar a entrada segura de ajuda humanitária nas áreas mais afetadas e garantir o pleno respeito ao direito humanitário”, declarou o Vaticano.
O pontífice, primeiro papa norte-americano, já havia feito, na semana passada, um “forte apelo” pelo cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas, que se arrasta há quase dois anos.
A Santa Sé também reforçou que mantém a tradição de não antecipar encontros do papa com líderes mundiais, limitando-se a notas oficiais após as reuniões.