Morre Mino Carta, ícone da imprensa crítica brasileira

O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da CartaCapital, faleceu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês e, segundo familiares e amigos, enfrentava há meses complicações de saúde que o levaram a repetidas internações. O velório está marcado para o Cemitério São Paulo, em Pinheiros, a partir do meio-dia.

Nascido na Itália e radicado no Brasil desde criança, Mino Carta foi um dos principais arquitetos da moderna imprensa brasileira. Criador de títulos que se tornaram referência, como Quatro Rodas, Veja, IstoÉ e CartaCapital, também deixou sua marca no Jornal da Tarde, que inovou na forma de narrar e diagramar notícias nos anos 1960. Sua trajetória se confunde com a própria evolução do jornalismo no país, seja nos momentos de maior ousadia criativa, seja nos embates contra censura e pressões políticas.

Durante a ditadura militar, foi responsável por reportagens que denunciaram a prática de tortura, enfrentando censura e perseguições. Até os últimos anos, manteve sua postura crítica, apontando os riscos da concentração midiática e denunciando a submissão da imprensa às novas dinâmicas digitais. Para ele, a maior conquista de sua vida profissional foi a criação da CartaCapital, que completou três décadas em 2025 como espaço de resistência, reflexão e defesa da democracia.

Mino também se dedicou à escrita de romances, nos quais combinava lembranças pessoais e reflexões filosóficas. Obras como “Castelo de Âmbar”, “A Sombra do Silêncio” e “A Vida de Mat” reforçaram sua faceta de intelectual inquieto, que não se restringia às páginas jornalísticas.

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com agências

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