Minimizar o peso do desequilíbrio fiscal na formação dos juros é ignorar a realidade, mas é isso que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (foto/reprodução internet) parece estar fazendo. O câmbio pode pressionar, mas não sustenta, por décadas, taxas reais entre as mais altas do mundo. O que sustenta é a desconfiança do investidor diante de contas públicas frágeis e de um governo que gasta mais do que arrecada. A experiência brasileira mostra que, quando há responsabilidade fiscal, o prêmio de risco cai e os juros recuam. O contrário também é verdadeiro. Atribuir o problema apenas à “volatilidade externa” é transferir culpas, como quer o ministro Haddad, quando o essencial continua sendo arrumar a casa, gastar melhor, sinalizar disciplina e reduzir a dependência de capital volátil.
