Neste ano, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) celebra 50 anos de atividades, como expressão viva da opção pelos pobres que nasceu no seio da Igreja Católica. Inspirada na Teologia da Libertação, a CPT surgiu em 1975 como resposta à política agrária do regime militar, que concentrou terras, expulsou camponeses e comunidades tradicionais, abrindo caminho para o avanço predatório do agronegócio.

Desde então, a CPT tornou-se uma referência na luta pela Reforma Agrária e pelos direitos humanos no campo. Seu Caderno de Conflitos no Campo Brasil, publicado anualmente, é documento histórico que denuncia assassinatos, ameaças e violações contra trabalhadores rurais, povos indígenas, quilombolas e tantas comunidades que resistem diante da violência e da ganância.

A CPT, no entanto, é muito mais do que denúncia: ela esteve e continua presente na organização de ocupações de terra, no apoio à agricultura familiar e às práticas agroecológicas, na construção de cooperativas e na inspiração de movimentos sociais que hoje são protagonistas da luta pela terra e pela justiça no Brasil.

Como parlamentar comprometido com a defesa dos povos da floresta, das águas, do campo e da cidade, reconheço na CPT um farol que ilumina nossa caminhada. Sua prática cristã, fundada na mensagem de vida e esperança propagada por Jesus, nos ensina que a luta por terra e dignidade é também uma luta pela democracia, pelo meio ambiente e por um país mais justo e solidário.

Celebrar o cinquentenário da CPT é honrar seus mártires, suas conquistas e sua coragem, mas também, para os religiosos, a mensagem que há na cruz – é reafirmar o compromisso de seguir ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras que, com fé e resistência, constroem no chão do Brasil uma esperança de vida plena e de futuro para todos.

Nilto Tatto é deputado federal pelo PT-SP

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Last Update: 28/08/2025