A Faria Lima em esquema com o PCC: O Primeiro Comando da Capital (PCC) ostenta uma estrutura de lavagem de dinheiro bilionária, com ramificações diretas em um dos endereços mais caros do país. É o que mostra a “Carbono Oculto”, deflagrada nesta quinta-feira (28). De um total de 350 alvos de mandatos, cerca de 12% tinha como endereço a região da capital paulista que sedia algumas das principais empresas do mercado financeiro.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de envolvimento de gestoras de investimentos e empresas de pagamento. Entre os alvos, destaca-se a Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país e com ações listadas na B3.
A PF identificou que cerca de 40 fundos de investimento teriam sido usados para lavar recursos do PCC, e que a Reag está entre as instituições visitadas na manhã da operação. Outra empresa em evidência é a BK Bank, fintech de pagamentos que movimentou quase R$ 18 bilhões em operações suspeitas.
As autoridades também estimam que o PCC tenha sonegado aproximadamente R$ 2 bilhões em impostos federais.
Segundo os investigadores, fugindo do controle dos bancos tradicionais, os recursos eram movimentados por meio de fintechs, criando camadas de ocultação que dificultavam o rastreamento. O lucro ilícito era posteriormente “blindado” por fundos de investimento com estruturas complexas, obstruindo a identificação dos beneficiários finais.
A operação reuniu esforços também da Receita Federal; do Ministério Público de São Paulo e Federal (Gaecos); das polícias Civil e Militar; da Secretaria da Fazenda do estado; da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); e da Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP).