A mais recente pesquisa do Paraná Pesquisas, bancada pelo PL, mostra que Lula segue competitivo — até perante institutos chancelados pela direita.

No tipo espontâneo, Lula aparece com 20,4% contra 19,8% de Bolsonaro.

No cenário estimulado, o empate técnico continua: 34,8% para Lula e 35,2% para Bolsonaro — uma diferença de menos de 0,5 ponto, dentro da margem de erro.

Mesmo contra Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, Lula lidera com folga.

Contra Tarcísio, governador de São Paulo, que é o candidato da direita mais forte (dentre os elegíveis), Lula abriu 11 pontos de vantagem, de 35% a 24%.

Os estratos do cenário 3 da pesquisa para presidente trazem pontos interessantes, com Lula ganhando de Tarcísio inclusive no Sudeste, por 32,9% a 26,3%.

No segundo turno, Bolsonaro tem 44,4% e Lula, 41,5%. Mas, observando a série de agosto de 2023 até hoje, percebe-se que Lula recuperou terreno em relação a levantamentos anteriores. O cenário é de empate, sem vantagem consolidada para a direita.

O potencial eleitoral reforça o favoritismo de Lula: 27,5% dizem que votariam com certeza nele, contra 23,8% de Bolsonaro. Além disso, a rejeição de Lula (48,9%) é menor que a do ex-presidente (50,3%). O petista tem base mais firme e maior margem de crescimento.

Economicamente, a queda da inflação — especialmente em energia e alimentos — ajuda a melhorar o humor do eleitorado. O “tarifáço de Trump” explodiu como problema para a direita, pois reforça a imagem de Bolsonaro como alinhado automaticamente aos Estados Unidos.

Politicamente, a radicalização do bolsonarismo se intensificou com as reações à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro vem publicando diariamente em suas redes sociais um repertório de ataques e ameaças: fala em aplicar a lei Magnitsky contra ministros do Supremo, sugere sanções contra o presidente do Senado e chega a insinuar batalhas entre estados. Esse comportamento, marcado por grosserias e chantagens, reforça a percepção de que o bolsonarismo se tornou um fator de instabilidade e risco democrático.

Segundo reportagem publicada no portal Metrópoles, o PL gastou R$ 8,3 milhões em pesquisas em 2024, e só o Paraná Pesquisas recebeu R$ 4,3 milhões — mais da metade do total. Já o Brasil de Fato revelou que, em 2022, o partido de Bolsonaro pagou R$ 2,7 milhões ao mesmo instituto com recursos do fundo partidário. Esses números lançam suspeitas sobre o viés político dos resultados, já que a empresa que hoje aponta Bolsonaro à frente é sustentada pelo caixa do próprio PL.

Mesmo assim, o retrato é claro: Lula mantém apoio sólido, tem maior potencial de crescimento e aparece como favorito. O esforço do PL em financiar pesquisas não foi capaz de esconder que o ex-presidente enfrenta desgaste e que o petista chega a 2026 em posição de vantagem.

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Last Update: 27/08/2025