O ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, durante evento de apresentação sobre a TV 3.0. Foto: Divulgação

O presidente Lula assinou nesta quarta (27) o decreto que regulamenta a TV 3.0, a nova geração da televisão aberta no Brasil. A tecnologia, considerada inédita na América do Sul, promete combinar a gratuidade e o alcance da TV tradicional com recursos de interatividade semelhantes aos de serviços de streaming. A previsão é que esteja disponível a partir da Copa do Mundo de 2026.

O sistema permitirá qualidade de imagem em 4K e até 8K, áudio comparável ao de cinema e recursos como câmeras exclusivas, publicidade interativa e compras diretamente pela tela da televisão. “Será uma TV gratuita, aberta, com qualidade superior à digital e mais interatividade com o telespectador”, disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

Segundo o governo, a migração será escalonada, começando pelas grandes capitais e com parte da população já tendo acesso durante a Copa. O processo completo de transição poderá levar até 15 anos, devido ao tamanho do território e às desigualdades no acesso à tecnologia entre as regiões.

Para assistir, será necessário adquirir um aparelho adaptado ou um conversor. Hoje, esses dispositivos custam cerca de R$ 400, mas o governo afirma que acompanha a produção para garantir acesso “democrático e acessível”. Mesmo sem internet, o usuário poderá receber o sinal gratuito; conectado, terá acesso a serviços adicionais como comércio eletrônico e integração com plataformas digitais.

O presidente Lula durante a cerimônia de assinatura do decreto da TV 3.0 no Palácio do Planalto, nesta quarta (27). Foto: Reprodução

Outro destaque da TV 3.0 será a acessibilidade. O sistema prevê legendas customizáveis, audiodescrição, gerador de Libras e vídeo de intérprete simultâneo. Além disso, está prevista a criação de uma Plataforma Comum de Comunicação Pública e Governo Digital, que futuramente permitirá acesso a serviços públicos diretamente pela televisão.

O decreto foi assinado em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença de dirigentes das principais emissoras, como Globo, SBT, Band, Record, RedeTV! e Rede Vida.

Para o presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), Flávio Lara, a novidade representa uma “verdadeira revolução”. Ele destacou que a tecnologia permitirá segmentação geográfica e individualizada de conteúdos, além de abrir novos modelos de negócio e receita para o setor.

“De graça hoje, de graça sempre. Estamos diante de uma revolução que habilitará recursos antes disponíveis apenas na internet”, afirmou.

Já o ministro da Secom, Sidônio Palmeira, destacou a importância da televisão aberta no dia a dia da população. “O brasileiro assiste, em média, cinco horas de TV por dia, a maior parte desse tempo dedicada a canais abertos. Este governo olha com atenção para temas sociais, mas valoriza também o desenvolvimento tecnológico”, disse.

O ministro das Comunicações reforçou que a TV 3.0 combina o alcance da TV aberta com a experiência do digital. “A televisão é um ponto de encontro do povo brasileiro e precisa evoluir para continuar sendo popular e democrática. O sistema protege a comunicação pública, fortalece a democracia e dá escala à nossa produção cultural”, afirmou.

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Last Update: 27/08/2025