Marcos Andrade
Cardiologista/Clínica Marcos Andrade
Um dos conceitos perigosos de conduta que temos em relação à nossa saúde é o de que os médicos e os remédios são os responsáveis por ela.
Condutas preventivas e de cuidados nos tratamentos propostos são de responsabilidade de cada um de nós.
Ninguém conhece mais nossos organismos do que nós mesmos. Promover e aderir a hábitos saudáveis não necessita de prescrição médica. Trata-se de autogestão da vida.
Quem sabe procurar os alimentos mais adequados e nas quantidades certas para o dia a dia somos nós.
Quem deve organizar a vida de modo que a atividade física esteja incluída em nossas rotinas somos nós. Podemos adentrar ao elevador para subir três andares ou usar a escada; podemos ir à loja que está a mil metros, a pé ou de carro; podemos voltar do trabalho, ao final do dia, a pé procurando relaxar ou enfrentar o trânsito infernal de carro.
Podemos ser beligerantes e nos violentarmos emocionalmente a cada pequena dificuldade, ou podemos ser serenos quando atuamos em nossas defesas.
O que não podemos é ter atitudes que nada tenham a ver com a promoção da saúde e jogarmos para a receita médica a responsabilidade de resolver nossas decisões equivocadas.
Fumar e ir rotineiramente ao pneumologista, ingerir doces e visitar o endocrinologista para medir a glicose, não usar o medicamento para hipertensão e ir ao cardiologista para ver como está a pressão são exemplos de falta de respeito por nós mesmos. Corrigir esses erros não depende de nada e de ninguém!
Temos que promover a gestão de nossa saúde. Médicos e remédios devem surgir quando nossa capacidade de autogestão fracassa, de verdade, e não como opção primeira.
Saúde física e mental é simples questão de educação.