O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo decidiu, nesta terça-feira 26, arquivar o pedido de cassação do deputado estadual Lucas Bove (PL). Ele foi acusado pela ex-esposa, a influencer Cíntia Chagas, de agressão e ameaças.
Foram seis votos a um pelo arquivamento. Votaram para barrar a denúncia os seguintes deputados:
- Oseias de Madureira (PSD);
- Carlos Cezar (PL);
- Dirceu Dalben (Cidadania);
- Eduardo Nóbrega (Podemos);
- Rafael Saraiva (União Brasil); e
- Delegado Olim (PP).
Apenas a deputada Ediane Maria (PSOL), a única mulher presente na sessão, entendeu que o colegiado deveria prosseguir com o processo de cassação do mandato de Bove. O pedido de cassação tinha sido formulado pela deputada estadual Mônica Seixas, também do PSOL.
As agressões e ameaças foram revelados pelo colunista Leo Dias em seu blog em outubro de 2024. Ele teve acesso a um boletim de ocorrência registrado pela ex-mulher e a um pedido de medida protetiva contra o deputado. Os dois documentos foram registrados por Cíntia Chagas.
Segundo o depoimento de Cíntia à polícia, o relacionamento com Bove, iniciado em 2022, foi marcado por comportamentos abusivos. As agressões teriam começado ainda durante o namoro, quando o deputado exigia controle sobre as atividades da influenciadora, solicitando chamadas de vídeo para monitorar onde ela estava. O casamento, oficializado em uma cerimônia na Itália, durou apenas três meses.
O boletim de ocorrência relata que, em um dos episódios, Bove teria jogado uma faca na direção da ex-esposa, ferindo sua perna, e ameaçado “queimar seu corpo”. Em outra ocasião, o parlamentar bolsonarista teria demonstrado ciúmes e acusado Cíntia de querer encontrar homens ricos ao se matricular em uma academia. Ele ameaçou terminar o relacionamento caso ela prosseguisse com a inscrição.
Quando o caso veio à tona, Lucas se pronunciou afirmando que “jamais encostaria a mão para agredir uma mulher”. Ele acusa a mídia de manipular a versão dos fatos e descontextualizar os episódios ao lado da ex-esposa para “comprovar uma narrativa fictícia”.
“Já vimos diversas condenações nos tribunais da internet serem revertidas depois, mas as consequências na vida das pessoas muitas das vezes são irreversíveis”, afirmou.