O Brasil se encontra em um momento perigoso para a sua soberania, com a estabilidade das instituições democráticas e financeiras sob ataque coordenado. Na esteira da campanha de desinformação contra o Banco do Brasil, disparada, segundo o banco, pelos deputados Eduardo Bolsonaro, Gustavo Gayer e outros bolsonaristas, a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal, na segunda-feira (25), uma investigação sobre fake news que buscam fomentar uma “corrida bancária” e causar prejuízos à economia nacional.
De acordo com o G1, a PF deve remeter ao Supremo Tribunal Federal STF) até quarta-feira (27), o pedido de abertura de inquérito sobre perfis em redes sociais que disseminaram os ataques ao banco.
A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), unidade do órgão, reagiu após receber denúncia do Banco do Brasil na sexta-feira (22). Em ofício, o banco estatal denunciou como “fatos de extrema gravidade” a divulgação de informações falsas que incentivam a quebra da normalidade institucional. O objetivo é claro: minar a confiança nas instituições financeiras e, por extensão, no próprio governo.
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“Desde 19 de agosto de 2025, diversos perfis em redes sociais passaram a veicular notícias falsas envolvendo agentes do Sistema Financeiro Nacional, em especial o Banco do Brasil, em reação ao posicionamento institucional sobre as sanções impostas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América, por meio da OFAC (Office of Foreign Assets Control), com base na chamada Lei Magnitsky”, diz trecho da nota da PNDD.
O assunto ganha contornos dramáticos em um cenário internacional amplificado pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump, uma medida de pressão econômica com claros objetivos políticos internos no Brasil. Os eventos, aparentemente distintos, convergem para um propósito comum: criar um ambiente de caos e instabilidade, como reforça a AGU. Seria o cenário ideal para a agenda radical da extrema direita de interferência nos processos judiciais em curso no Brasil, envolvendo o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fato também enxergado pela AGU. A Procuradoria pede, segundo o órgão, a apuração da materialidade e da autoria dos fatos apontados, “os quais, inclusive, podem guardar correlação com investigações penais em curso no âmbito da competência originária da Suprema Corte”.
A AGU ressalta que a intenção política por trás dessas ações é “colocar a opinião pública contra o órgão judicial e constranger o Poder Judiciário em sua atuação típica”.
Haddad denuncia ataque coordenado
No final de semana, em entrevista ao site GGN, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou a atenção para a gravidade dos ataques ao Banco do Brasil. “Tem acontecido um ataque ao Banco do Brasil por parte do bolsonarismo. Há bolsonaristas em rede social defendendo saque de valores de [contas no] Banco do Brasil, por exemplo”, disse o ministro da Fazenda.
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“Há projetos de lei no Congresso para perdoar dívidas do agronegócio, que não está com problemas, no Banco do Brasil. Está aumentando a inadimplência no Banco do Brasil por uma ação concertada, deliberada, de bolsonaristas que estão tentando minar as instituições públicas”, advertiu o ministro Haddad.
Da Redação, com AGU e G1