Linha de financiamento vai renovar parque fabril com máquinas inteligentes e juros baixos; recursos do BNDES e do Finep beneficiam especialmente MPMEs
O governo federal deu um grande passo para acelerar a reindustrialização do país. Nesta segunda-feira (25), o presidente Lula anunciou a abertura de R$ 12 bilhões em crédito para modernizar o parque fabril brasileiro. A iniciativa integra o programa Nova Indústria Brasil e foca na aquisição de máquinas e equipamentos com tecnologias de ponta: robótica, inteligência artificial, internet das coisas (IoT), computação em nuvem e sensoriamento.
A linha Crédito Indústria 4.0 é formada por R$ 10 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 2 bilhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Os juros variam entre 7,5% e 8% mais spread, abaixo dos praticados pelo mercado. Para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), isso representa redução média de 6% nas taxas.
No evento de lançamento da medida, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que os recursos servirão para as indústrias terem “um crédito mais acessível para renovar suas máquinas, seus equipamentos, que vão melhorar sua produtividade, sua competitividade, reduzir custos, melhorar a eficiência energética, enfim, poder dar um impulso na atividade industrial”.
“Não tem crescimento e emprego sem investimento, e o investimento precisa de inovação. Essa é uma linha de crédito que vai direto na competitividade, na produtividade e na eficiência”, reforçou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
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Foco em inovação e regiões menos favorecidas
Dos R$ 12 bilhões, os R$ 2 bilhões da Finep serão destinados a empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O objetivo é reduzir desigualdades regionais e estimular a indústria de bens de capital.
“A nova linha de crédito vai na espinha dorsal da modernização da nossa indústria e da economia 4.0. Esse anúncio representa não apenas uma vontade política, mas uma escolha estratégica do governo”, esclareceu a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
O BNDES liberará os R$ 10 bilhões restantes em todo o país. “A partir do dia 15 de setembro, começamos a aprovar os créditos. Os bancos serão nossos gerentes. Cada um deve procurar o seu banco para acelerar o processo”, explicou Mercadante.
Modernizando o parque industrial
A modernização chega em boa hora. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o parque fabril brasileiro tem idade média de 14 anos. Quase 40% das máquinas estão no fim ou além do ciclo de vida ideal, o que aumenta custos de manutenção, consumo de energia e reduz a competitividade.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lembrou que isso é consequência de anos de políticas descontinuadas. “Nós estamos tendo que inovar muito no Brasil de hoje, porque muitas portas se fecharam para a indústria ao longo dos últimos anos. É impressionante a quantidade de políticas públicas que foram sendo desmontadas”, afirmou.
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Caminho para a reindustrialização
O crédito faz parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que já destinou mais de R$ 470 bilhões a 168 mil projetos. A iniciativa moderniza fábricas, gera empregos de maior complexidade, eleva a produtividade e abre espaço para que o Brasil dispute mercados globais.
“O investimento em máquinas e equipamentos faz com que a indústria ganhe competitividade, reduza custos e modernize seu parque industrial”, resumiu Alckmin.
A Nova Indústria Brasil mostra que investir em tecnologia é investir no futuro. Com crédito acessível e foco em inovação, o país se prepara para crescer com mais eficiência e soberania.
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