Não é novidade que mandatos de esquerda sofram perseguições em Curitiba. Já acompanhamos os absurdos contra Renato Freitas (PT) nesta Câmara – perseguições que infelizmente seguem agora na ALEP – e hoje vemos o mesmo se repetir contra a Professora Ângela, do PSOL.
E qual foi o “crime”? Usar o espaço legítimo de uma audiência pública para pensar e debater políticas públicas.
No dia 05 de agosto, realizou-se uma audiência proposta pelo mandato da Professora Ângela e aprovada pelo plenário da Câmara, com o tema “Sistema de Segurança, Saúde e Política de Drogas para a Cidade de Curitiba”. O debate trouxe a necessidade de discutir uma política de drogas para além do higienismo fracassado da “guerra às drogas”, aplicada no Brasil desde 1940.
Incomodados com esse espaço democrático, os vereadores de extrema direita Da Costa (União Brasil) e Bruno Secco (PMB) protocolaram pedido de cassação por quebra de decoro, alegando falsamente que houve apologia ao uso de drogas. Da Costa – que, contraditoriamente, integra um partido da base do governo Lula – é o mesmo que aparece em rede estadual com o bordão “aqui vagabundo não se cria”, espalhando mentiras e preconceito.
Como todo mandato de extrema direita no Brasil, esses vereadores se sustentam na polêmica permanente e no pânico moral, sem qualquer proposta concreta para a cidade. Recorrem à velha tática fascista: eleger inimigos, atacar direitos e organizar suas bases pelo ódio. Antes o alvo era o PT, hoje é toda a esquerda. A história já mostrou: não existe antipetismo que não seja, no fundo, fascismo.
É importante deixar claro: não querem cassar o mandato da Professora Ângela por “apologia às drogas”. Querem cassá-lo porque se trata de um mandato de esquerda, popular, comprometido com os direitos do povo. Não é a vida da população que os preocupa, mas sim calar todas as vozes que ousam pensar e propor caminhos diferentes.
Por isso, a defesa dos mandatos populares é tarefa de toda a esquerda, acima de qualquer diferença entre nós. Defender Ângela hoje é defender a democracia, nossos direitos e nossas pautas. Se não estivermos juntos agora, amanhã talvez precisemos defender até as nossas vidas simplesmente por sermos de esquerda.
Professora Ângela fica!
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