O presidente Jair Bolsonaro. Foto: VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLESolsona

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não comentar as menções feitas por Jair Bolsonaro (PL) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em mensagens reveladas pela Polícia Federal. Segundo relatório apresentado no dia 20, os dois teriam tentado interferir no julgamento da trama golpista em curso na Corte. Com informações da Folha de S.Paulo.

Em conversas de junho, Bolsonaro afirmou ao filho que havia falado com ministros do STF e pediu que ele esquecesse “qualquer crítica ao Gilmar”. As agendas oficiais não registram encontros recentes. O relatório também cita André Mendonça, em meio a uma tentativa da defesa do ex-assessor Filipe Martins de levar o caso para sua relatoria. Para a PF, os diálogos indicam tentativa de “tumulto processual” e de mudar a condução do julgamento, hoje sob Alexandre de Moraes.

Questionados pela imprensa, os gabinetes dos 11 ministros e a assessoria do STF disseram que não fariam comentários. Em notas, Gilmar Mendes, Mendonça e Flávio Dino também informaram que não se manifestariam. Especialistas, como Thiago Bottino, da FGV, avaliam que qualquer contato de ministros com Bolsonaro seria “absolutamente inadequado”.

Os ministros Gilmar Mendes e Flávio Dino. Imagem: reprodução

O relatório da PF também menciona a participação de aliados próximos do ex-presidente, como o pastor Silas Malafaia e o advogado Martin de Luca, representante da Trump Media Group e da plataforma Rumble nos EUA. Para os investigadores, o grupo atuou de forma coordenada para pressionar o STF, buscar sanções contra Alexandre de Moraes e impedir eventual condenação criminal de Bolsonaro.

Eduardo e Jair Bolsonaro já foram indiciados e podem ser denunciados pela PGR pelos crimes de coação no curso do processo e abolição violenta do Estado democrático de Direito. No caso da trama golpista, o ex-presidente é acusado de organização criminosa armada, golpe de Estado e outros crimes, com penas que podem superar 40 anos de prisão.

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Last Update: 24/08/2025