Alexandre de Moraes, sua vida, sua descendência
Pelo visto, a operação Punhal Verde Amarelo nunca foi realmente abortada
Por Hugo Souza, no Come Ananás
Espera-se que o ministro Alexandre de Moraes esteja com a segurança, o colete balístico e o patuá em dia. Além ser alvo do celerado-em-chefe da maior potência militar do planeta, parece que a operação Punhal Verde Amarelo, aquela para sequestrar Moraes ou matá-lo com explosivo ou envenenamento, como parte da trama golpista de 2022, parece que aquela operação – como a trama golpista – nunca foi realmente abortada.
Duvida?
Na noite da última quarta-feira, 20, insurgindo-se no microfone do plenário da Câmara contra “a perseguição ao pastor Silas Malafaia”, o deputado golpista-federal Zé Trovão (PL-SC) prometeu passar o ministro Moraes desta para melhor:
“Alexandre de Moraes, preste atenção: o seu dia, o seu fim está próximo. E nós vamos acabar com a sua vida.”
Depois, o trovão virou estalinho. O deputado voltou mais tarde ao mesmo microfone para, bem, vamos deixar o Zé Trovão se explicar:
“Eu quero fazer uma correção na minha fala. Eu quero retirar a palavra ‘destruir vida’ e quero colocar a palavra certa, que é acabar com a injustiça que Alexandre de Moraes está fazendo”.
Nesta quinta-feira, 21, outro deputado golpista-federal, este mais relevante, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), usou a tribuna da Casa para atiçar os fiéis da sua igreja e de Malafaia, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo, a “reagir a este ditador da toga”. De quebra, o líder do PL na Câmara ameaçou a “descendência” de Moraes:
“Nós não arregamos, porque nós somos cristãos. Não queremos essa guerra. Alexandre de Moraes, pare! Por você e pela sua descendência! Não pode se levantar contra líderes religiosos. Você pagará caro por isso”.
E isso no mesmo dia em que veio a público a informação de que, no âmbito da ação penal do golpe, Jair Bolsonaro teve acesso prévio à defesa logo de quem: do general Mário Fernandes. Se você não ligou o nome ao general, Mario Fernandes era o encarregado da operação Punhal Verde Amarelo, aquela, para sequestrar ou matar Moraes – e Lula, e Geraldo Alckmin – em 2022.
Segurança reforçada, patuá e – não custa nada – figa de Guiné.
“Quem me vinga da mandinga é a figa de Guiné”.
Este artigo não representa obrigatoriamente a opinião do Viomundo.
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