O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), rebateu duramente as declarações do vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que chamou governadores de “ratos”. Diferente de outros bolsonaristas que abaixaram a cabeça para a declaração, Mendes afirmou que o Carluxo “falou pela boca o que devia sair por outro lugar”, em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (21).
O comentário ocorreu durante o ato de filiação da senadora Margareth Buzetti, que deixou o PSD para se filiar ao PP com o objetivo de buscar viabilidade política para sua reeleição. Ao lado de aliados, Mauro Mendes disse estar cansado do clima de enfrentamento permanente que tomou conta do país.
“Olha, primeiro, é muito ruim [a declaração]. Ele deve estar, assim, sentindo ferido, magoado, e falando pela boca aquilo que devia sair por outro lugar. Então, eu acho que é muito ruim esse tipo de ataque, isso não ajuda na solução de nenhum problema. O destempero de algumas lideranças políticas, que se dizem lideranças, é muito ruim. Isso não contribui com a sociedade, a polarização está sendo muito ruim. Eu estou de saco cheio, com o perdão da palavra, dessa polarização”, afirmou o governador.
As declarações de Carlos Bolsonaro surgem em meio ao avanço de articulações eleitorais para a disputa presidencial de 2026. Um dia antes, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lançou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. O movimento acirrou o debate sobre quem ocupará o espaço deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje em prisão domiciliar.
O ex-chefe do Executivo cumpre medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, quando foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O início do julgamento de Bolsonaro e outros sete acusados foi marcado para 2 de setembro no Supremo.
Mauro Mendes destacou que, diante da gravidade da situação econômica e social do país, a classe política deveria abandonar embates vazios e se concentrar em soluções práticas.
“É uma discussão inútil, que no final do dia não coloca comida na mesa, não melhora as estradas, não melhora a saúde. Tem virtude na direita, tem virtude na esquerda, tem virtude no centro. E tem muita gente que não presta na direita, na esquerda e no centro. Então, nós temos que fazer uma discussão sobre os problemas do Brasil e as soluções que nós queremos. E esse tipo de ataque não é bem-vindo e não conspira para nenhuma solução”, completou.
