
O Movimento Brasil Livre (MBL) anunciou o rompimento com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em meio a críticas duras sobre a gestão estadual. O presidente do movimento, Renan dos Santos, afirmou ao Metrópoles que Tarcísio faz um governo “convencional” e “patrimonialista”, considerando que o político mistura interesses públicos e privados.
“Tarcísio se aproxima cada vez mais do patrimonialismo de Ciro Nogueira, seu provável vice, e se distancia dos princípios que geraram nossa aproximação”, disse o dirigente do MBL. Segundo a jornalista Andreza Matais, o governador bolsonarista tentou reverter o desembarque, mas sem sucesso.
O rompimento foi formalizado pelo deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), que ocupava a vice-liderança do governo na Assembleia Legislativa (Alesp) até a última quarta-feira (20). O parlamentar entregou o posto acusando Tarcísio de contribuir para “aumentar a mamata para quem ganha R$ 40 mil”. “Eu não quero mais privilégio para o Judiciário”, declarou.

As principais razões para o desembarque incluem o aumento de salário dos procuradores paulistas que já ganham R$ 40 mil, a criação de 1.300 novos cargos no Tribunal de Justiça com impacto de R$ 20 milhões por mês, e a aprovação de 130 novos cargos para a Defensoria Pública de SP que custarão R$ 305 milhões até 2027.
Renan dos Santos explicou que “o MBL, como um todo, nunca teve uma relação formal com o Tarcísio, mas tivemos uma boa relação política nos últimos anos. Nossos projetos para 26, entretanto, são como água e óleo”.
O movimento está em vias de registrar seu próprio partido político, a Missão, que disputará a presidência da República em 2026, embora o nome do candidato ainda não esteja definido. O grupo teve sucesso na coleta de assinaturas necessárias para a criação da nova legenda.