“O 7 de setembro precisa ser um marco de resistência popular diante da interferência externa e dos ataques da extrema direita no Brasil.” A afirmação é de Edinho Silva, presidente nacional do PT, que participou nesta quarta-feira (20) da Plenária com Sindicalistas realizada na sede da CUT, em São Paulo. O encontro definiu o ato da Praça da República, no domingo (7), Dia da Independência, como espaço de resposta dos trabalhadores e trabalhadoras às ameaças à soberania nacional defendida pela direita brasileira.

A mobilização tem como um de seus focos o tarifaço de 50% imposto por Donald Trump às exportações do Brasil. Para Edinho, trata-se da “maior violência diplomática já sofrida pelo Brasil”, medida que poderá custar milhares de empregos, mas ainda assim é defendida por setores da extrema direita no país. “Eles aceitam sacrificar trabalhadores e trabalhadoras para manter a subordinação aos interesses externos”, disse.

O presidente do PT destacou que a celebração da Independência, em 2025, não se limita a uma data histórica, mas ganha um significado político imediato. “O 7 de setembro precisa ser o momento de reafirmar a soberania nacional e dizer que não aceitamos o Brasil como quintal de ninguém”, afirmou.

Anfitrião do evento, junto com o presidente da CUT-SP Raimundo Suzart, o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que o momento exige responsabilidade e unidade. Ao apresentar Edinho Silva, Sérgio fez uma breve avaliação da conjuntura atual no país, destacando as eleições do ano que vem.

“Temos uma agenda pesada no segundo semestre, com pautas prioritárias no Congresso Nacional que exigirão forte atuação tanto do movimento sindical quanto do partido. Além disso, temos pela frente a eleição das nossas vidas. Eu acredito que somos favoritos, mas precisamos trabalhar muito, com frente ampla, unidos, movimento sindical e partido”, afirmou o dirigente.

Ele denunciou pressões externas sobre o Brasil e destacou a dimensão internacional da disputa de 2026. “Estamos sofrendo uma agressão como nunca foi vista de maneira tão explícita, dos Estados Unidos ao Brasil, claramente querendo interferir no processo eleitoral do nosso país. O movimento sindical internacional olha para o Brasil com esperança. O caminho da vitória é o caminho da unidade”, afirmou Nobre.

A vice-presidenta da CUT e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, ressaltou que o ato é apenas parte de uma agenda maior de mobilização. “O 7 de setembro é extremamente importante, mas não pode ser o único. É uma oportunidade de politizar a classe trabalhadora e de fazer um grande debate sobre o futuro do Brasil”, declarou.

Conjuntura internacional e tarifaço

Edinho Silva explicou que o tarifaço de Trump não é apenas uma medida econômica, mas um gesto político voltado a interferir nas eleições brasileiras de 2026. “É uma interferência externa para desequilibrar o processo eleitoral e impedir que o Brasil siga seu caminho soberano, ao lado dos BRICS, do Pix internacional e da valorização de nossas riquezas estratégicas, como os minerais raros”, afirmou.

Segundo ele, a extrema direita brasileira atua contra os interesses nacionais e em alinhamento ao projeto de poder de Trump. “Não se trata apenas de divergência política interna, mas de um alinhamento total aos interesses estrangeiros, mesmo que isso signifique desemprego em massa e perda de nossa soberania”, denunciou.

Ele acrescentou: “Quando mostramos que são os pobres que pagam mais impostos, e que precisamos de justiça tributária para que os ricos paguem o que devem, conseguimos conquistar a maioria. O povo sabe que é injusto carregar sozinho esse peso.”

Governo prepara novos programas

Apesar do cenário de tensão e ataques externos, Edinho destacou avanços e planos do governo Lula. Ele citou programas já em andamento, como a retomada do Minha Casa Minha Vida, os investimentos em infraestrutura e a ampliação do Bolsa Família, além de iniciativas que serão lançadas nos próximos meses.

“O governo tem programas fundamentais que ainda serão anunciados, voltados à habitação, ao desenvolvimento e à proteção social. É um ciclo de investimentos que vai melhorar a vida do povo. Mas só teremos condições de consolidar essas políticas se a sociedade estiver mobilizada para enfrentar a extrema direita e a violência diplomática que sofremos”, afirmou.

Eleições

A unidade entre partidos, sindicatos e movimentos sociais será decisiva para o enfrentamento à extrema direita em 2026. Edinho Silva e o presidente da CUT, Sérgio Nobre, citaram, durante a plenária que, assim como em 2022, esta será, mais uma vez, uma eleição fundamental que vai decidir o futuro do país e qual tipo de sociedade queremos.

“Será a mais importante das nossas vidas. O futuro do Brasil e da América Latina estará em jogo. Precisamos estar unidos em torno da reeleição do presidente Lula”, defendeu Edinho.

Da Redação da CUT

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Last Update: 21/08/2025