O líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), defendeu nesta terça-feira (19/8) que as prioridades do Parlamento nesta semana devem ser a votação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a aprovação de legislação que fortaleça a proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital (PL 2628/2022), tendo como foco também o debate e a regulamentação das big techs. Para Lindbergh, esses temas expressam as demandas concretas da sociedade e não podem ser contaminados pelo clima de tensão institucional que se intensifica com a proximidade do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme Lindbergh, o projeto do Imposto de Renda (PL 1087/2025) deveria entrar em votação ainda nesta semana, bem como a isenção do IR e a proteção de crianças e adolescentes, “pautas que tratam da vida do povo”. O líder disse que primeiro será votada a urgência do projeto de lei 2628, nesta terça-feira (19), e amanhã (20) o mérito deste PL deve ser apreciado e votado pelo plenário da Câmara.
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Para Lindbergh insiste que é preciso votar o projeto de isenção do IR antes do dia 2 de setembro, data que se inicia o julgamento de Bolsonaro e dos demais acusados da trama golpista de 8 de Janeiro. “A partir do dia 2 começa o julgamento do Bolsonaro no Supremo, o que deve gerar um tensionamento grande na Câmara”, projetou o líder do PT.
Prioridade social
Segundo Lindbergh, a base governista está unida em torno da defesa de uma agenda que impacte diretamente a vida da população, contrapondo-se à tentativa da oposição de priorizar projetos de autoproteção parlamentar, como foro privilegiado e anistia para os golpistas do 8 de Janeiro.
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O líder destacou ainda que a votação da urgência do Imposto de Renda já conta com o apoio de lideranças partidárias e que há consenso em avançar também na proteção digital de crianças e adolescentes, diante da proliferação de conteúdos de exploração e adultização nas redes sociais.
“Esse é um tema central. Tem outros pontos na pauta como a discussão sobre o projeto do INSS, mensagem sobre a COP 30, Estatuto do Aprendiz e o próprio requerimento de urgência do Imposto de Renda. Isso aqui é uma vitória muito grande”, destacou.
Câmara precisa focar no povo
O parlamentar fez questão de rebater o discurso da extrema-direita de que o STF estaria “chantageando deputados”. De acordo com Lindbergh, trata-se de uma tentativa de vitimização de Bolsonaro e de seus aliados diante do iminente julgamento sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro.
“Já vivemos um clima de tensão, e não compactuamos com qualquer discurso de que o Supremo ‘chantageia deputados’. Isso é uma falsificação da verdade. Queremos que a Câmara, depois de tudo, discuta a vida das pessoas: proteção de crianças e adolescentes, isenção do Imposto de Renda, INSS. Questões de prerrogativas, foro e anistia devem ser tratadas com calma, não agora”, recomendou.