A reunião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o presidente russo Vladimir Putin no Alasca foi “um fracasso vergonhoso” e “um erro terrível”, segundo o jornal britânico Financial Times.
Em editorial, a publicação afirma que “o presidente dos EUA não recebeu nada além de alguns elogios baratos” de um líder russo que até então era considerado pária pelo Ocidente em troca de “conceder o tratamento de convidado de honra”.
Além de “parecer fraco” ao ameaçar a Rússia de “consequências severas” para a Rússia caso se recusasse a interromper os ataques, a publicação afirma que a facilidade com que Putin conquistou Trump para as posições russas “o fez parecer um ingênuo”.
O presidente russo rejeitou um cessar-fogo, que era o objetivo de Trump com a reunião, mantendo seu foco na “capitulação e subjugação da Ucrânia”.
Na visão do FT, foi “um alívio” que a Ucrânia não tenha sido traída por Trump na reunião com Putin, mas destacou que o cenário pós-encontro não é dos mais animadores.
“Trump endossou o desejo de Putin de negociar um acordo abrangente em vez de concordar com a trégua provisória exigida por Washington. Essa também era a posição da Ucrânia, até Trump forçar Zelensky a se alinhar no início deste ano”, diz a publicação inglesa.
Além disso, a publicação considerou “particularmente chocante” que Trump tenha concordado com a demanda territorial de Putin, algo que o presidene ucraniano Volodymyr Zelensky considerou “uma linha vermelha absoluta” e com o apoio dos europeus.
“Há duas interpretações possíveis: ou Trump sempre foi simpático à apropriação de terras pela Rússia, característica de um mundo em que os fortes triunfam sobre os fracos; ou sua opinião é simplesmente moldada pela última conversa que teve”, destacou o Financial Times.
