Ex-funcionários relatam agressões e cárcere privado de menores na casa de Hytalo Santos

O influenciador Hytalo Santos. Foto: Reprodução

As denúncias contra o influenciador Hytalo Santos, preso em São Paulo junto com o marido Israel Nata Vicente (Euro) na última sexta-feira (15), seguem se acumulando. O casal está em prisão preventiva, acusado de tráfico de pessoas e exploração sexual de adolescentes, e ex-integrantes da chamada “Turma do Hytalo” têm reforçado os relatos de abusos.

No domingo (16), o Fantástico exibiu depoimentos de ex-funcionários que afirmaram que adolescentes viviam em cárcere privado, com alimentação controlada por Hytalo, restrição ao uso de celulares e até impedimento de frequentar a escola.

Eles também relataram que os menores eram obrigados a participar de gravações encenando rotinas de estudo que, na prática, não aconteciam. A mansão onde Hytalo vivia em João Pessoa (PB) também foi descrita como “cheia de lixo” e em condições precárias.

A influenciadora Ayarla Souza, que participou das gravações em 2020, disse ter denunciado o caso anos atrás. Segundo ela, a adolescente Kamylinha, então com 12 anos, viajaria e dormia frequentemente na casa do influenciador.

“Há cinco anos eu falei e não deu em nada. A polícia foi atrás para saber sobre a guarda da menina e ele comprou com a mãe”, afirmou. Ayarla rompeu a amizade após presenciar uma briga em São Paulo, quando Euro teria agredido Hytalo na frente da menor e quebrado uma porta de vidro, quase atingindo a criança. “Chamei a polícia, mas disseram que não foi nada. Depois disso, fui embora”, relatou.

Hytalo Santos entre crianças e adolescentes. Foto: reprodução

O influenciador Erick Neto, também da “Turma do Hytalo”, confirmou o episódio. Ele disse que Euro espancou Hytalo no chão com chutes e socos, sem se importar com a presença da criança. Erick afirmou ainda que também foi agredido ao tentar intervir.

Além dos relatos de violência doméstica, ex-funcionários disseram que menores tinham acesso livre a bebidas alcoólicas durante festas na mansão. Hytalo era descrito como uma pessoa “soberba” e “controladora”, decidindo quando adolescentes podiam comer, usar celular ou sair de casa.

As acusações ganharam repercussão após o vídeo do youtuber Felca, sobre adultização, que já ultrapassa 39 milhões de visualizações. Na gravação, ele critica influenciadores que sexualizam menores em troca de audiência e expõe conteúdos de Hytalo com perguntas de cunho sexual feitas a adolescentes.

Na véspera da prisão, Hytalo não foi encontrado em sua casa em João Pessoa, alvo de mandado de busca e apreensão. Segundo o juiz Adhailton Lacet, testemunhas relataram que ele havia deixado o local levando “bastantes equipamentos” em um carro.

O caso segue em investigação. O MP da Paraíba já havia pedido que Hytalo fosse banido das redes sociais e proibido de manter contato com menores. A defesa classificou a prisão como “medida extrema” e prometeu recorrer.

Enquanto isso, Felca relatou ter recebido ameaças de morte, e o TJ-SP determinou que o Google quebre o sigilo de usuários para identificar os autores das intimidações.

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