Estabilidade foi registrada em cinco das seis faixas analisadas; reajustes mais fortes nas passagens aéreas fez com que inflação acelerasse para a faixa de renda mais alta
A inflação ficou estável em julho para as famílias das cinco primeiras faixas de renda. Essa estabilidade ocorreu principalmente por conta da melhora dos preços dos alimentos no domicílio. Essas faixas representam as famílias que têm renda mensal de até R$ 22.020,22.
Já as famílias da última faixa de renda tiveram aceleração considerável na inflação, por conta dos reajustes mais fortes do grupo transportes. Os resultados são do Indicador Ipea de Inflação por faixa de renda Inflação por faixa de renda divulgado nesta quinta-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O índice inflacionário geral, medido pelo IPCA, passou de 0,24% para 0,26%. Enquanto as famílias de renda muito baixa e baixa passaram de 0,20% e 0,21%, respectivamente, em junho, para 0,19% e 0,23% em julho, as famílias de renda alta passaram de 0,28% para 0,44% no mesmo período. A estabilidade no mês também esteve presenta para as famílias de renda média-baixa, média e média alta, com taxas de 0,23%, 0,26% e 0,27%.
Com a incorporação do resultado de julho no acumulado do ano, as faixas de renda muito baixa e baixa foram as que apresentam as maiores inflações, ambas com alta de 3,38%. Já as famílias de renda média-alta e alta apresentaram taxas de 3,32% e 3,04% no mesmo período. Já no acumulado de doze meses, a faixa de renda baixa registra a maior inflação (5,43%), ao passo que o segmento de renda alta apresenta a menor taxa (5,04%).
Repetindo a tendência do mês anterior, com exceção do segmento de renda alta, para todas as faixas de renda, a principal contribuição para a inflação em julho veio do grupo habitação, refletindo, sobretudo, os reajustes de energia elétrica (3,0%). Já para as famílias de maior poder aquisitivo, mesmo com a queda de 0,64% dos preços dos combustíveis, o principal foco de julho veio da alta do grupo transportes, pressionado pela alta de 19,9% das passagens aéreas.
Por outro lado, a queda de 0,69% dos alimentos, sobretudo com a queda de preços dos cereais (-2,7%), das hortaliças e verdura (-1,7%), das carnes (-0,3%) e das aves e ovos (-0,7%), gerou uma forte descompressão inflacionária no mês para as faixas de renda mais baixas, dado o peso do grupo alimentos no orçamento destas famílias. Enquanto isso, para o segmento de renda alta, esse alívio vindo dos alimentos acabou sendo anulado pela aceleração de 0,87% dos serviços com alimentação fora do domicílio.
Na comparação com julho de 2024, enquanto a inflação corrente acelerou para as duas primeiras faixas de renda, houve desaceleração da inflação para as quatro faixas subsequentes.
Publicado originalmente pelo Ipea em 14/08/2025