No último dia 11, em evento realizado na Associação Comercial de São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a taxa Selic (a taxa básica de juros) está nas alturas por causa dos programas sociais. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, sendo a segunda maior do mundo.
Apesar de ter sido uma indicação do governo Lula, a fala de Galípolo confirma que ele exerce o papel de homem de confiança dos banqueiros e do sistema financeiro, pois a política da burguesia é ir realizando cortes nos programas sociais, e até destruí-los completamente, se conseguirem.
Em um país como o Brasil, em que a economia é duramente atacada pela política neoliberal, programas como o Bolsa Família têm efeito paliativo, pois não resolvem a questão da fome e da pobreza, que só serão resolvidos com emprego, direitos sociais e salários dignos.
Além disso, é uma mentira propagada pelos banqueiros e os seus funcionários – como Galípolo – de que o problema do orçamento federal são os programas sociais, pois de acordo com o próprio governo, eles custam R$ 387 bilhões por ano, enquanto, através da sufocante dívida pública, os mesmos banqueiros roubam cerca de R$ 2 trilhões, um valor cinco vezes maior e que corresponde à metade do orçamento nacional. Enquanto o Bolsa Família está com o miserável valor de R$ 600 por família (valor que não é reajustado desde 2022), a taxa de juros segue subindo para satisfazer a insaciável ganância dos banqueiros.
O que os sanguessugas do povo querem é acabar com os programas sociais para que seja repassado ainda mais dinheiro do povo para eles. É a política de favorecimento dos bancos às custas da expropriação da população. A esquerda precisa romper com essa política de ficar pedindo a prisão de todo mundo e lutar pelo fim do bolsa-banqueiro, que é o grande causador da pobreza no Brasil.