Silas Malafaia durante ato bolsonarista. Foto: reprodução

A bancada evangélica na Câmara dos Deputados adotou uma postura discreta após a inclusão do pastor Silas Malafaia no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por articulações para pressionar o Brasil com sanções internacionais e em busca de interferência na investigação sobre o golpe de Estado. Segundo a Folha de S.Paulo, a defesa de Malafaia no Congresso deve ser apenas “pro forma”, sem grandes mobilizações políticas em seu favor.

Nos bastidores, lideranças evangélicas afirmam que o pastor não é unanimidade dentro da própria comunidade religiosa. “Ele não é benquisto por todos”, disse uma fonte, que citou o versículo bíblico Gálatas 6:7 para resumir a situação: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba. Pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará”.

A avaliação entre os parlamentares é que Malafaia “estava plantando” essa decisão devido aos seus constantes ataques ao governo federal, a ministros do STF e até mesmo a aliados de Bolsonaro, como o senador Ciro Nogueira (PP), criticado pelo pastor por não assinar um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.

Malafaia surta com investigação

O pastor Silas Malafaia foi incluído no inquérito da Polícia Federal (PF) que apura crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Em vídeo publicado no X, Malafaia afirmou ter tomado conhecimento da investigação por meio da imprensa e negou ter recebido qualquer notificação oficial.

“Esse vazamento seletivo mostra que a PF está atuando politicamente a serviço de Lula e Alexandre de Moraes”, declarou. O pastor relacionou a investigação às críticas que vem fazendo há anos contra Moraes e ao ato que organizou em 3 de agosto em apoio a Bolsonaro, no qual o ex-presidente participou por vídeo, descumprindo decisão judicial. No dia seguinte, Bolsonaro teve sua prisão domiciliar decretada.

Malafaia também voltou a pedir publicamente, em 14 de agosto, o impeachment e a prisão de Moraes, reforçando seu discurso contra o ministro do STF.

O inquérito, aberto em maio, apura ações contra autoridades, o STF e agentes públicos, além das tentativas de provocar sanções internacionais contra o Brasil. Segundo despacho de Alexandre de Moraes, os investigados teriam buscado dificultar o andamento do processo em que Bolsonaro responde por tentativa de golpe de Estado.

Além de Malafaia, o inquérito envolve o ex-presidente, seu filho Eduardo Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo. As condutas investigadas incluem obstrução de Justiça e ações para desestabilizar instituições democráticas.

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Last Update: 16/08/2025