O encontro público entre os governadores Romeu Zema e Tarcísio de Freitas (foto/reprodução internet), no Congresso Brasileiro do Agronegócio, foi menos sobre agronegócio e mais sobre ensaiar a narrativa de 2026. Ao trocarem elogios e batizarem de “boa competição” a disputa por investidores e protagonismo, mandatários de Minas e São Paulo sinalizam que preferem, por ora, medir forças em terreno controlado, preservando pontes e evitando fissuras que fragilizem a direita órfã de Bolsonaro. Ambos sabem que, num campo eleitoral em busca de liderança e sem candidato único, a construção de imagem como gestor eficiente e articulador confiável pode pesar mais que discursos inflamados. O duelo, travestido de cordialidade, serve para calibrar a exposição e sondar a receptividade do eleitorado e do empresariado, enquanto cada um acumula capital político para um embate que, inevitavelmente, deixará a polidez de lado.
