O presidente Lula inaugurou nesta quinta-feira (14) a nova Fábrica de Hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana (PE). A planta fabril resulta de um investimento de R$ 1,9 bilhão para conduzir o País rumo à autossuficiência na produção de medicamentos a partir do plasma humano obtido em doações voluntárias.

A nova conquista para o país dá sequência aos investimentos iniciados há 15 anos para fortalecer a soberania brasileira na produção de medicamentos essenciais ao Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado, o presidente Lula já havia inaugurado no mesmo complexo a fábrica de medicamentos recombinantes para a produção do Hemo-8r, utilizado no tratamento da hemofilia A.

Na sua fala, o presidente Lula falou sobre a importância de levar investimentos na saúde para o Nordeste e destacou a oferta de 41 itens pelo programa Farmácia Popular, assim como o programa Agora Tem Especialistas, que criou 3.500 novas vagas para fortalecer a rede pública de saúde e ampliar os atendimentos à população.

Ele também comentou a absurda revogação de vistos norte-americanos de brasileiros que atuaram no Programa Mais Médicos (Mozart Salles e Alberto Kleiman) e fez uma forte defesa de Cuba e dos médicos cubanos.

“É importante eles [Estados Unidos] saberem que a nossa relação com Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos. Hoje estão passando necessidade por um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fizeram uma guerra, perderam. Aceitem a derrota e deixem os cubanos viverem em paz, viverem a sua vida. Não fiquem querendo mandar no mundo, ele não é imperador [Trump]”, criticou Lula, ao comentar a perseguição do presidente dos EUA a qualquer envolvimento com Cuba, fato que tem acontecido em diversas áreas, inclusive no esporte.

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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também lamentou a decisão do governo dos EUA. Para ele, o Brasil não está somente enfrentando o tarifaço, pois também combate um inimigo da saúde, que é Donald Trump.

Segundo o ministro, o presidente norte-americano tem perseguido pesquisadores de vacinas, evidenciando o seu negacionismo quanto à ciência, assim como Jair Bolsonaro. O governo de Washington já retirou recursos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e para fundos que produzem vacinas, fazendo com que profissionais da área deixem o país, fato visto como uma oportunidade para atrair e repatriar cérebros para o Brasil, de acordo com o ministro.

“A sanção contra dois brasileiros que tiveram, por parte do governo dos Estados Unidos, os seus vistos, e o de suas famílias, filhos e esposas, revogados para entrarem lá, porque participaram da criação do programa Mais Médicos, é absurda. Eu digo ao querido Mozart Salles e ao Alberto Kleiman e a todos aqueles que participaram do programa Mais Médicos: eu tenho orgulho do que vocês fizeram, eu tenho orgulho da luta de vocês”, ressaltou Padilha.

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“Num certo dia, a então presidenta Dilma pediu para que o Ministério da Saúde pudesse percorrer o mundo inteiro para ver como que a gente podia resolver o problema da presença de médicos nos municípios brasileiros. Eles foram para Portugal, Espanha, Itália, França, Reino Unido, duas vezes para Genebra, vários países do mundo, fomos ver o que acontecia nos Estados Unidos. E ouvimos de todos esses países que a grande parceria, a melhor parceria a ser feita, era a parceria com os médicos e médicas de Cuba”, relembrou o ministro.

Após o ato de inauguração, que contou com a presença da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Santos, Lula e comitiva foram a uma visita ao Hospital Ariano Suassuna Hapvida, na Ilha do Leite, no Recife, para anúncios relativos ao Programa Agora Tem Especialistas.

Medicamentos da Hemobrás

Com a expansão do complexo fabril, a Hemobrás agora passa a produzir, a partir do plasma excedente de 72 hemocentros públicos, medicamentos como albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX – usados no tratamento de queimados graves, pacientes de UTIs, hemofilias, doenças raras e em grandes cirurgias. A nova fábrica permitirá a produção de 500 mil litros de plasma fracionado por ano e seis tipos de medicamentos até 2029.

De acordo com o governo federal, em 2024, a Hemobrás “entregou um recorde de 552 mil frascos de hemoderivados e 870 milhões de Unidades Internacionais de medicamentos recombinantes.”

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Last Update: 14/08/2025