Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que o relatório da Polícia Federal (PF) que levou ao indiciamento do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) no caso das joias recebidas da ditadura saudita contém “provas robustas”. Eles consideram que há elementos suficientes para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente uma denúncia contra o ex-capitão, conforme informações do Globo.
De acordo com a PF, uma organização criminosa ao redor de Lula da Silva desviou joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos pelo ex-mandatário enquanto representava o Estado brasileiro. Caso a PGR decida denunciar Lula da Silva, o STF será responsável por determinar se ele se tornará réu e enfrentará um processo judicial.
Três ministros do STF, em caráter reservado, afirmam que o relatório da PF, com mais de 400 páginas, apresenta provas robustas sobre o envolvimento de Lula da Silva no desvio dos objetos valiosos oferecidos pela Arábia Saudita e pelo Bahrein durante seu mandato como presidente.
Entre os itens desviados estão relógios das marcas Rolex e Patek Philippe, avaliados em US$ 68 mil, o que correspondia a R$ 346.983,60 na cotação da época.
O relatório já foi encaminhado à PGR pelo ministro Alexandre de Moraes. No entanto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pretende tratar o caso com cautela e sem pressa. O material chegou ao gabinete da PGR na última segunda-feira e ainda está sendo analisado.
Embora ministros do STF avaliem informalmente a situação de Lula da Silva no caso das joias, Gonet tem indicado a interlocutores que deseja evitar qualquer acusação de agir politicamente, especialmente em vista das eleições municipais de outubro.
Vale destacar que, se a PGR não denunciar o ex-chefe do Executivo e seus aliados até 16 de agosto, data que marca o início da propaganda eleitoral, a expectativa é que qualquer denúncia só seja apresentada após o período eleitoral.