Lula, presidente do Brasil, e Trump, dos EUA. Foto: reprodução

A revista britânica The Economist publicou uma análise contundente sobre os efeitos da política externa do governo estadunidense sob Donald Trump, destacando o Brasil como parte de um grupo estratégico de “risco médio” nas relações internacionais. Segundo a publicação, a abordagem imprevisível e confrontadora da diplomacia trumpista está criando fissuras desnecessárias com países-chave como Brasil, Índia e África do Sul.

A análise da revista econômica aponta que esses três países, embora naturalmente alinhados aos valores estadunidenses, estão sendo empurrados para uma posição mais próxima da China devido ao estilo agressivo de Trump. “Eles não querem ser mandados e se ofendem quando Trump os insulta ou tenta intimidá-los”, afirmou a The Economist, criticando a estratégia de criar “rixas desnecessárias” com líderes dessas nações.

O caso brasileiro ganha relevância especial no contexto das recentes tensões. A revista destaca como as críticas públicas de Trump ao processo judicial contra Jair Bolsonaro (PL), que ele chamou de “caça às bruxas”, representam exatamente o tipo de interferência que aliena aliados potenciais.

A publicação é enfática em seu julgamento: “Trump ganhou manchetes que agradam seus apoiadores mais fervorosos. Mas os Estados Unidos perderam”.

A postura do governo brasileiro diante dessas tensões foi reforçada pelo presidente Lula em pronunciamento na última quarta-feira (13). “Se ele conhecesse a verdadeira história, estaria dando parabéns à Suprema Corte brasileira”, disse o mandatário, defendendo a independência do Judiciário nacional.

A resposta de Lula ecoa a análise da The Economist sobre a importância de tratar parceiros estratégicos com respeito mútuo.

A revista britânica alerta para as consequências de longo prazo dessa política externa volátil. O afastamento progressivo de países como Brasil e Índia não apenas enfraquece a posição geopolítica dos Estados Unidos, como fortalece a influência chinesa em regiões críticas.

No caso brasileiro, as tarifas comerciais impostas por Trump e suas declarações sobre processos judiciais internos estão tendo o efeito oposto ao desejado, aproximando o país de Pequim em questões econômicas e diplomáticas.

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Last Update: 14/08/2025