O presidente Lula concedeu entrevista exclusiva, nesta terça-feira (12), ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Rádio BandNews FM. A conversa foi transmitida durante o programa “O É da Coisa”, direto do Palácio do Planalto. Em primeira mão, Lula antecipou a Azevedo algumas das medidas para socorrer os exportadores brasileiros atingidos pelo tarifaço de Donald Trump.

“Nós estamos tomando decisões muito importantes. Amanhã, eu vou assinar uma medida provisória que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que, por ventura, tiverem prejuízos com a taxação do Trump”, explicou o presidente. “R$ 30 bilhões é o começo. Você não pode colocar mais se você não sabe quanto é [o prejuízo]”, prosseguiu, depois de ser interpelado pelo jornalista a respeito do valor exato.

Lula também falou em alcançar os pequenos produtores e garantiu que absolutamente ninguém ficará desamparado por conta do tarifaço. “O pessoal que exporta tilápia, que exporta fruta, que exporta mel, e outras coisas […] As grandes têm mais poder de resistência”, comparou.

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O petista disse ainda que o governo federal age para proteger os trabalhadores sob risco de demissão e para realocar as exportações das empresas taxadas em outros mercados. “Nós estamos mandando a lista dos produtos que a gente vendia para os Estados Unidos para outros países, porque a gente utiliza um lema que é o seguinte: ‘ninguém larga a mão de ninguém’.”

Sobre o diálogo com Trump, Lula voltou a declarar que está pronto para negociar uma saída ao contencioso comercial, mas que não abrirá mão da soberania nacional, mesmo reconhecendo a relevância das relações bicentenárias entre os dois países.

“Nós vamos tratar isso com muito respeito. Se o presidente americano quer discutir, ora, isso se discute em uma mesa de negociação, isso não se discute com taxação, isso não se discute com ameaça”, rechaçou, ao citar o exemplo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mandatário humilhado em pleno Salão Oval da Casa Branca.

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2025, o ano da colheita

Mais adiante na entrevista, depois de ouvir do jornalista da BandNews FM os números recordes alcançados pelo governo até o momento, Lula respondeu a questionamentos sobre sua popularidade e reiterou que “2025 será o ano da colheita”.

“Eu dizia para o Pimenta [deputado federal Paulo Pimenta], é seguinte: ‘o ano da colheita será a partir do segundo semestre de 2025. Porque tudo está plantado e tudo vai nascer agora. As coisas já estão acontecendo. Isso que você falou, esses números, é tudo mais”, comemorou, ao completar os dados de Azevedo com as últimas estatísticas socioeconômicos do Brasil.

“Eu acho que leva um tempo para as pessoas descobrirem. O povo tinha razão de estar meio puto, porque o custo de vida estava caro. O feijão estava caro, o arroz estava caro, o café está caro ainda, a carne estava muito cara”, enumerou o presidente, admitindo que as pesquisas de opinião expuseram uma insatisfação pertinente da população.

“O povo tem razão, e agora nós temos que ter o compromisso de melhorar. E as coisas estão melhorando, estão melhorando, estão melhorando, estão melhorando, estão melhorando e vai melhorar cada vez mais. Porque foi para isso que eu fui eleito presidente da República, para melhorar a vida do povo e provar a irresponsabilidade daqueles de direita que governaram antes de mim”, completou o petista.

Regulação das redes sociais

Em meio à denúncia feita pelo influenciador Felca, em que ele relata, por cerca de 50 minutos, a erotização aberta de crianças e jovens nas redes sociais, Lula anunciou que o governo está finalizando um projeto de lei para responsabilizar as plataformas digitais no Brasil, medida negligenciada pelo Congresso.

“A novidade é que isso já está, há dois meses, na Casa Civil, discutindo com vários ministros, porque têm divergências. E essas coisas, amanhã, às 15h, estarão na minha mesa, para dirimir as divergências existentes entre os ministros, e mandar isso para o Congresso Nacional”, resumiu.

Lula alertou para a gravidade das ocorrências no ambiente virtual e defendeu que a regulamentação seja o caminho para conter a disseminação do ódio e o enriquecimento ilícito, em benefício do conjunto da sociedade.

“Você tem crimes cometidos nas redes, em plataformas que permitem que pessoas irresponsáveis, inclusive assassinos, cometam crimes contra crianças. Eles precisam ser julgados e punidos”, argumentou.

Da Redação

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Last Update: 12/08/2025