Preço dos alimentos cai pelo segundo mês e ajuda a segurar a inflação

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,26% em julho, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (12). O valor mostra que a inflação está sob controle e ficou abaixo das previsões do mercado financeiro, mesmo que tenha ficado 0,02 ponto percentual (p.p.) acima em relação a junho (0,24%). Os analistas da “Faria Lima” esperavam uma inflação mensal em torno de 0,35%.

Uma boa notícia é que o grupo alimentação e bebidas, que possui o maior peso no índice, ajudaram a segurar a inflação. O grupo recuou -0,27% em julho, o segundo mês consecutivo de queda (em junho foi -0,18%). Essa redução representa um impacto de 0,06 p.p. no IPCA.

Os alimentos com maior redução foram:  batata-inglesa (-20,27%), da cebola (-13,26%) e do arroz (-2,89%).

Se por um lado os alimentos auxiliaram a segurar os valores, a conta de luz fez o inverso. Com a bandeira tarifária vermelha devido à redução de energia hidrelétrica e ao aumento da geração por termelétricas, o grupo Habitação, no qual está a conta de luz, ficou pressionado e registrou aumento de 0,91% em julho.

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O impacto do grupo na inflação é de 0,14 p.p., sendo que somente a energia elétrica, que subiu 3,04% em julho, representa individualmente 0,12 p.p. desse valor. Ao longo de 2025, o valor pago pela eletricidade residencial tem sido um obstáculo para a inflação, uma vez que acumula alta de 10,18% nos primeiros sete meses do ano, enquanto o IPCA no período acumula alta de 3,26%.

Como observa o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, sem a alta na conta de luz o índice ficaria em 0,15% em julho.

No acumulado de 12 meses, o IPCA registra 5,23%, sendo que o limite superior da meta inflacionária é de 4,5%. Em junho, o acumulado estava em 5,35%, ou seja, há uma desaceleração inflacionária em convergência à meta estabelecida.

Confira abaixo todos os grupos acompanhados pelo IPCA e seu impacto no índice geral, sendo que três grupos apresentaram deflação na passagem de junho para julho (alimentação e bebidas, vestuário e comunicação).