A inflação do país foi de 0,26% em julho, índice estável na comparação com o mês anterior (0,24%), informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (12/8). O destaque ficou por conta dos preços dos alimentos, que permaneceram negativos pelo segundo mês consecutivo, graças aos esforços do governo Lula.
O resultado divulgado pelo IGBE frustrou as expectativas da Faria Lima ao se fixar abaixo do piso das projeções. A mediana era de 0,36%, com intervalo de 0,30% a 0,39%. A taxa de 0,26% é a menor para julho desde 2023 (0,12%). No ano, a inflação acumulada está em 3,26% e, nos últimos 12 meses, em 5,23%.
O grupo “alimentação e bebidas” recuou 0,27% no mês passado, puxado pela alimentação no domicílio (-0,69%). Em junho, a retração havia sido de 0,18%. Batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%) foram os itens que mais experimentaram diminuição nos preços.
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“Com a queda de alimentos importante na cesta de consumo das famílias, o resultado do IPCA no mês ficou em 0,26%”, explica Fernando Gonçalves, gerente do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). “Sem a contribuição dos alimentos, a inflação seria de 0,41%”, acrescenta o pesquisador.
Os valores dos combustíveis, por sua vez, caíram 0,64% em julho, entre os quais, o etanol (-1,68%), o óleo diesel (-0,59%), a gasolina (-0,51%) e o gás veicular (-0,14%).
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Bandeira tarifária
Se, por um lado, os combustíveis estão mais acessíveis à população, a energia elétrica, por outro, foi quem mais influenciou o IPCA individualmente: 0,12 pontos percentuais.
“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual no resultado acumulado do IPCA. Esta variação é a maior para o período janeiro a julho desde 2018, quando o acumulado foi de 13,78%”, compara Gonçalves.
Em julho, manteve-se a bandeira tarifária vermelha patamar 1, vigente desde o mês anterior. Ela adiciona R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. Ademais, a alta reflete reajustes em concessionárias de São Paulo (13,97%), de Curitiba (1,97%) e de Porto Alegre (14,19%).
“Sem a contribuição da energia elétrica, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%”, conclui o gerente do IPCA.