O governo de Washington está mesmo determinado a investir contra a democracia brasileira. Em mais um ataque à soberania nacional, o segundo em três dias, o subsecretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA), Christopher Landau, foi às redes sociais, no sábado (9), para colocar em xeque a separação dos Poderes e a atuação ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e para acusar o Brasil de macular as relações bicentenárias entre os países.

O ataque desferido por Landau tem, mais uma vez, as digitais do traidor da pátria Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro que fugiu para os EUA, onde age deliberadamente para prejudicar o Brasil, em conluio com a Casa Branca, na tentativa desesperada de salvar o pai da cadeia. Eduardo repercutiu e repetiu as ameaças do subsecretário estadunidense. A resposta aos impropérios, entretanto, não tardou.

Em nota divulgada também no sábado, o Itamaraty elevou o tom ao tratar da publicação de Landau. “Essa manifestação caracteriza novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado e não se curvará a pressões, venham de onde vierem”, criticou.

“O governo brasileiro manifestou ontem [sexta] à embaixada dos Estados Unidos seu absoluto rechaço às reiteradas ingerências do governo norte-americano em assuntos internos do Brasil, e voltará a fazê-lo sempre que for atacado com falsidades como as da postagem de hoje [sábado], disseminadas pelo subsecretário de Estado, Christopher Landau”, acrescentou o Itamaraty.

“Gravíssima ofensa ao Brasil”

A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) classificou as afirmações de Landau de “gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade”. Por meio da rede social X, a mesma em que o subsecretário se manifestou, a petista aproveitou para escancarar o clã-Bolsonaro.

“Quem está tentando destruir a relação histórica entre os dois países é a família Bolsonaro estimulando Donald Trump, com o tarifaço e sua chantagem contra o Judiciário brasileiro. Situação anômala é a de foragidos da Justiça brasileira e plataformas que atuam em nosso território se associarem para descumprir a lei e as decisões judiciais de nosso país”, censurou Gleisi.

“Nenhum poder constitucional brasileiro encontra-se impotente. Ao contrário: Executivo, Legislativo e Judiciário rechaçaram o golpe de 8 de janeiro, a chantagem de Trump, o motim bolsonarista pela anistia e as sanções violentas contra o ministro Alexandre de Moraes e outros ministros do STF. Se querem mesmo ‘restaurar uma amizade histórica’, comecem por respeitar a soberania do Brasil, de nossas leis e Justiça, e parem de apoiar o golpista que tentou destruir nossa democracia”, concluiu a chefe da SRI.

Às ruas pela democracia

O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, convocou a população a defender a soberania nacional e a democracia. Lindbergh fez um alerta sobre as incessantes agressões por parte do governo de Donald Trump. “Vamos ocupar as ruas, mostrar nossa força e garantir que a Constituição e a independência dos Poderes prevaleçam sobre qualquer ameaça, interna ou externa”, pregou.

“Estamos sob ataque num contexto de tentativa de golpe continuado com o apoio explícito dos Estados Unidos, que combina pressão externa e ação interna da extrema direita para desestabilizar as instituições e subjugar o Brasil a interesses de Washington. A cada ataque, fica mais evidente a estratégia de enfraquecer a soberania nacional e transformar decisões judiciais brasileiras em reféns da política externa norte-americana. É hora de o povo brasileiro ficar em estado de alerta”, enfatizou o parlamentar.

Traidor da pátria

Eduardo Bolsonaro parece não ter compreendido a presepada em que se meteu. Nesta segunda (11), ele revelou ao diário britânico Financial Times que ainda pretende viajar à Europa para pleitear, junto a outros líderes reacionários, mais embargos contra o Brasil e integrantes do STF, como se o tarifaço de 50% determinado por Trump não fosse suficientemente lesivo.

“Sei que [Trump] tem uma série de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras a uma nova onda de retiradas de vistos e questões tarifárias”, insinuou o extremista, durante conversa por vídeo.

O Financial Times aponta o deputado federal do Partido Liberal (PL) como o responsável por liderar o lobby contra o STF. Até o momento, Moraes é o principal alvo das sanções de Trump. O ministro é o relator do processo em que Jair Bolsonaro é réu.

“Por exemplo, o líder do Chega, que agora é o segundo maior partido em Portugal, André Ventura, disse que também quer impedir Alexandre de Moraes de entrar em Portugal e congelar quaisquer bens que ele possa ter lá, com base nas leis de direitos humanos”, antecipou Eduardo.

Em artigo publicado no Valor Econômico, nesta segunda (11), o ministro aposentado do STF Celso de Mello saiu em defesa de Moraes e da soberania do Brasil. No texto, o magistrado indica quem hoje constitui a quinta coluna tupiniquim, como vem sendo chamada a organização antipatriótica que se dedica a sabotar o país.

“De outro lado, cabe reconhecer – e denunciar – o comportamento ultrajante de brasileiros, notadamente de agentes públicos, em atuação no exterior ou mesmo entre nós, que vergonhosa e servilmente se curvam a um poder estrangeiro, como desprezíveis traidores da pátria, em detrimento dos superiores interesses nacionais, mediante ações lesivas que comprometem gravemente os símbolos majestosos da República e da democracia constitucional, na tentativa infame de transgredir, com violência ou grave ameaça, as bases luminosas do Estado Democrático de Direito!”, dispara Celso de Mello.

Da Redação, com informações de MREAgência BrasilFinancial Times e Valor Econômico

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Last Update: 11/08/2025