Boato – EUA descobriram que o ministro Luís Roberto Barroso pagou R$ 9 milhões a deputados para rejeitarem o voto impresso, instalaram microchips nas urnas com ajuda do Deep State americano e destruíram milhares de urnas eletrônicas para ocultar provas.
Análise
Nos últimos dias, publicações em redes sociais e vídeos no YouTube passaram a acusar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, de envolvimento em um suposto esquema internacional de fraude eleitoral.
De acordo com essas postagens, autoridades dos Estados Unidos teriam descoberto que ele pagou R$ 9 milhões para cada líder e vice-líder partidário com o objetivo de impedir a aprovação do voto impresso no Brasil.
As publicações ainda afirmam que Barroso teria articulado com o chamado “Deep State” americano o envio de microchips pré-programados vindos de Taiwan, que teriam sido instalados nas urnas eletrônicas para beneficiar o presidente Lula nas eleições de 2022. O material também alega que o ministro teria ordenado a destruição de mais de 200 mil urnas eletrônicas para eliminar provas. Leia:
BOMBA! BARROSO FOI PEGO NOS ESQUEMA CHOCANTE DE FRAUDE DA ELEIÇÃO PELOS EUA! Barroso pagou 9 milhões para cada líder e vice-líder partidário para que trocassem os deputados que votariam a favor do voto impresso por políticos que eram contrários. E também articulou com o Deep State americano o envio de milhares de microchips pré-programados que vieram de Taiwan e que foram instalados nas urnas brasileiras para roubar milhões de votos para o Lula.
E também foi Barroso quem mandou o TSE destruir, alguns meses atrás, mais de 200 mil urnas eletrônicas para se livrar das provas do crime. Por isso agora, temendo sua prisão iminente, está há alguns meses implorando para Lula algum cargo em uma embaixada brasileira em outro país.
Checagem
Essa narrativa ganhou força após relembrar a votação da PEC do voto impresso de 2021, que foi rejeitada na Câmara dos Deputados e não passa de um fake. Para verificar essa história, analisamos três pontos centrais: 1) Barroso pagou R$ 9 milhões para deputados rejeitarem voto impresso? 2) Há provas de que Barroso fraudou urnas com chips de Taiwan e descartou urnas fraudadas? 3) Há alguma prova de fraude nas eleições de 2022?
Barroso pagou R$ 9 milhões para deputados rejeitarem voto impresso?
Não. Não há qualquer evidência ou documento oficial que comprove que Luís Roberto Barroso tenha feito pagamentos a deputados ou líderes partidários para influenciar a votação da PEC do voto impresso em 2021. A votação foi amplamente coberta pela imprensa e registrada nos canais oficiais da Câmara dos Deputados.
Há provas de que Barroso fraudou urnas com chips de Taiwan e descartou urnas fraudadas?
Também não. O Tribunal Superior Eleitoral já esclareceu diversas vezes que as urnas eletrônicas não possuem conexão com a internet e não utilizam componentes que permitam programação externa para manipular votos. Sobre o descarte, não passa de uma variação de boatos antigos sobre supostas fraudes, desmentidos repetidamente pelo próprio tribunal, como registrado no site do TSE.
Há alguma prova de fraude nas eleições de 2022?
Não. As eleições de 2022 passaram por diversas auditorias e testes públicos de segurança. Nenhuma entidade fiscalizadora identificou fraude. Além disso, alegações sobre destruição de urnas para ocultar provas já foram desmentidas anteriormente pelo próprio TSE e por iniciativas de checagem.
Conclusão
As alegações sobre pagamentos milionários, microchips de Taiwan e destruição de urnas não têm qualquer respaldo em fatos ou documentos oficiais. Trata-se de mais uma variação de boatos antigos que já circularam em períodos eleitorais anteriores. O caso analisado é, portanto, uma fake news.
Fake news ❌
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