
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem discutido aplicar punições contra bolsonaristas que participaram da ocupação da Mesa Diretora. O motim, protagonizado por parlamentares da oposição, interrompeu os trabalhos legislativos por cerca de 36 horas, entre terça (5) e quarta (6).
Entre os nomes que devem ser suspensos, três estão praticamente confirmados: Marcel van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC). Segundo o Blog do Octavio Guedes no g1, integrantes da cúpula da Câmara afirmam que esses deputados tiveram participação direta e destacada na ação que paralisou o plenário.
Parlamentares que acompanharam a crise relatam Zé Trovão chegou a obstruir fisicamente o acesso de Motta à escada que leva à Mesa Diretora. Ele teria ainda consultado os colegas sobre permitir ou não a passagem. Marcos Pollon sentou-se na cadeira da presidência da Câmara, enquanto Van Hattem ocupou outra posição da Mesa.
O presidente da Casa e parlamentares acreditam que será possível individualizar suas condutas com base nas imagens e relatos. A Mesa Diretora ainda analisa qual será o tempo de suspensão aplicado, mas uma das possibilidades mais discutidas é a penalidade máxima prevista pelo regimento interno: seis meses sem prerrogativas parlamentares.

O motim foi articulado por bolsonaristas em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de descumprimento de medidas cautelares e tentativa de obstrução de Justiça.
Durante a manifestação, os opositores impediram a realização de sessões deliberativas, interromperam votações importantes e colocaram a Casa em impasse político. A resistência gerou uma reação institucional de Motta, que passou a defender medidas pedagógicas contra os envolvidos.
Para retomar os trabalhos, o presidente da Câmara precisou negociar diretamente com os manifestantes, convencendo-os a deixar a Mesa e permitindo a retomada das sessões já na noite de quarta. No Senado, situação semelhante ocorreu, com resistência de parlamentares de oposição, embora em menor escala.