O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC), Geraldo Alckmin, diz que o plano de contingência ao tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trumpo, aos produtos brasileiros, está sob a análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O presidente vai bater o martelo e aí vai ser anunciado. Se não for amanhã, provavelmente na segunda ou terça-feira”, disse Alckmin aos jornalista na noite desta quinta-feira (7).

O plano será voltado para as empresas brasileiras que exportam para os Estados Unidos e que foram impactadas pela tarifa adicional de 50%.

De acordo com ele, foi instituído um parâmetro para avaliar os efeitos das tarifas sobre cada setor da economia, baseado no grau de exportações para os Estados Unidos.

Leia mais: Itamaraty convoca diplomata dos EUA após ameaças contra ministros do STF

“Há setores em que mais de 90% [da produção] vai para o mercado interno, com exportações de 5%, no máximo 10%. E tem setores em que metade do que se produz é para exportar. E tem setores que exportam mais da metade para os Estados Unidos. Então, foram muito expostos, estão muito expostos”, explica.

O vice-presidetnte citou o exemplo do setor de pescado. “A tilápia, o maior consumo é interno, não é exportação; mas se você pegar o atum, a maior parte é para exportação. Então, às vezes dentro de um próprio setor você tem uma diferenciação de quem exporta mais ou menos”, diz.

Paralelo ao plano, Alckmin afirma que as negociações continuam. “O diálogo a gente nunca pode desistir. É perseverar, ter resiliência, mostrar que isso é um perde-perde, é uma coisa ruim também para os Estados Unidos, que vai encarecer os produtos americanos, romper cadeias produtivas”, defende.

“Então, de um lado, é continuar esse trabalho para a negociação não parar; e, de outro lado, o plano de contingência, porque a vida continua e as empresas têm compromissos a serem cumpridos, garantindo o emprego e a atividade produtiva”, completa.

Conversas

O vice-presidente também fez um breve relato da conversa que teve, na sede do MDIC, com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar.

“Ele veio conversar. Nós dissemos claramente os nossos argumentos, dizendo, olha, de cada dez maiores produtos exportados [dos EUA para o Brasil], oito a alíquota é zero; a tarifa média é 2,7%. Agora, se tem problema não-tarifário, vamos sentar e conversar e resolver”, conta, citando como possível pautas para o diálogo as questões envolvendo data centers, big techs e minerais estratégicos. “Nós não criamos o problema, mas nós vamos trabalhar para resolver”, conclui.

Com informações da Ascom/MDIC

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 08/08/2025