Depois do líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), admitir que não existe acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para votar o projeto de anistia aos condenados do 8 de janeiro, e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dizer que não vai pautar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os parlamentares bolsonaristas estão desolados e isolados no Congresso.

Nas duas casas, eles realizaram motins para impedir a realização de sessões em protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro.

O presidente da Câmara condenou e antecipou que deve haver punição para os que se “excederam para obstaculizar os trabalhos parlamentares”. “Eu acho que deve ter punição, porque o que aconteceu realmente foi muito grave, até para que isso não volte a acontecer”, disse Motta à CNN.

“Não contem com esta Presidência para agredir outro poder. Não temos essa intenção, não queremos agredir Executivo ou Judiciário”, assegura.

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O presidente da Câmara deixou claro que não negociou pauta para por fim ao motim. “Era um precedente gravíssimo que se abriria: ir lá sentar na Mesa e dizer que só sai quando votar a pauta que aquele partido quer. Isso não está correto, isso não é aceitável e nós não vamos permitir”, afirma.

No Senado, Alcolumbre subiu o tom e mandou recado aos bolsonaristas: “Nem se tiver 81 assinaturas, ainda assim não pauto impeachment de ministro do STF para votar”. Ele fazia referências às 41 assinaturas coletadas pelo grupo para abertura do processo.

Na avaliação do vice-líder do governo no Congresso, deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), os bolsonaristas sofreram nova derrota.

“O Senado não pautará o impeachment de Alexandre de Moraes. É um passo importante para conter os boicotes dessa turma que sequestrou o Congresso e travou pautas vitais para defender um objetivo: libertar Bolsonaro”, afirma.

Almeida diz que o Brasil precisa caminhar com o Congresso votando o fim do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil, da escala 6×1 e dos supersalários no serviço público.

“O Brasil vive um momento que exige coragem, soberania e firmeza. Diante da obstrução no Congresso e das tarifas dos EUA, fortalecer a democracia e o diálogo é o melhor caminho para defender o futuro do país, priorizando o povo, sem aceitar ameaças ou chantagens de extremistas”, defende.

Para a deputada Daiana Santos (PCdoB-RS), depois da paralisação “absurda e irresponsável” provocada pela bancada bolsonarista, que colocou em risco uma pauta essencial para a população brasileira, o Senado aprovou a isenção do IR para quem ganha até dois salários mínimos.

“Essa aprovação quase não aconteceu por conta das atitudes estarrecedoras da extrema direita, que travou o andamento dos trabalhos na Câmara e no Congresso para defender os interesses pessoais de Jair Bolsonaro. O Senado assumiu a responsabilidade de votar o que realmente importa para a população. Agora, a Câmara também precisa fazer o mesmo: pautar aquilo que é urgente para o povo brasileiro!”, advoga a deputada.

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Last Update: 08/08/2025