Entre agosto de 2024 e julho de 2025, os alertas de desmatamento caíram em três dos principais biomas do país. Em especial no Cerrado, que registrou queda de 20,8% na área sob alerta. No Pantanal, a redução foi ainda mais expressiva e chegou a 72%. Na Amazônia, a queda chegou aos 48%, apesar do avanço expressivo da degradação em estados como Mato Grosso e Amazonas.

No Cerrado, a área sob alerta no bioma caiu de 7.014 km² para 5.555 km², segundo dados divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A preservação da região, historicamente pressionada pela expansão do setor agropecuário, tem assim um avanço expressivo nas ações de redução da degradação ambiental.

Dos estados que compõem a região do Cerrado, os que apresentam as maiores quedas nos índices de desmatamento são: Maranhão e Minas Gerais (-34%), seguidos por Tocantins (-29%), Mato Grosso (-19%) e Bahia (-7%). O Piauí foi o único a apresentar aumento, com alta de 33% nos alertas. Na região, foi constatada redução de calor em 28,9%. Com  focos de 7463, em julho de 2024 para 5.303 para agosto de 2025.

Foi registrado no país como um todo, em julho, uma queda de 61% nas áreas queimadas e de 56,8% no número de focos de calor, em relação ao mesmo período de 2024. Cinco dos seis biomas do país registraram essas reduções. Os dados refletem as condições climáticas menos severas observadas neste ano, bem como as medidas adotadas pelo governo Lula e os estados no enfrentamento dos incêndios florestais.

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Em juho deste ano, foram registrados 9.713 focos de incêndios, frente aos 22.487 identificados em julho passado. As queimadas, por sua vez, atingiram no mês de julho de 2025, cerca de 726 mil hectares, enquanto no ano anterior a área sob incêndio foi mais de duas vezes maior, atingindo 1,8 milhão de hectares. Os dados são do sistema BDQueimadas, do INPE, e do Laboratório de Aplicações de Satelites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ).

O levantamento amplo e minucioso destes dois órgãos revela ainda que nos seis primeiros meses de 2025 o país registrou queda de 46,36% no número de focos de incêndios e de 65,8% nas áreas queimadas nos seis biomas do território nacional, também em comparação com primeiro semestre do ano passado: Pantanal (-99,2%), Amazônia (-80,9%), Mata Atlântica (-19,3%), Cerrado (-28,9%), Pampa (-12,9%). Somente na Caatinga houve crescimento, de 10.262 para 14.700 hectares.

Mais ações do governo de combate aos incêndios

O governo Lula implementou ainda diversas outras ações para prevenir e combater incêndios florestais, em todas as regiões e biomas do país, neste segundo semestre de 2025:

  • Contratação do maior contingente de brigadistas federais da história, formado por 4.385 profissionais – 2.600 do Ibama e 1.785 do ICMBio, um aumento de 26% em relação ao ano de 2024.
  • A infraestrutura para 2025 prevê sete novos helicópteros para uso do Ibama em ações de enfrentamento aos incêndios e desmatamento. A renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água.
  • Desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou a liberação de R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal na prevenção e combate a incêndios florestais. Destes, já foram contratados 370 milhões. São projetos no valor de R$ 45 milhões cada para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins e de aproximadamente R$ 21 milhões e R$ 34 milhões para Acre e Rondônia, respectivamente.
  • Pela primeira vez, o Fundo Amazônia apoiará também ações de prevenção e combate a incêndios em estados fora da Amazônia, como no Cerrado e Pantanal. Em julho, foram aprovados R$ 150 milhões para os Corpos de Bombeiros Militares e brigadas florestais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal. O projeto, de autoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi apresentado por meio de um trabalho interministerial.
  • Sanção da Lei 15.143/2025, que amplia a capacidade de respostas aos incêndios florestais, permite a transferência de recursos diretamente do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para estados e municípios e garante mais agilidade na contratação de brigadistas, reduzindo o intervalo da sua recontratação para três meses. A lei permite ainda o uso de aeronaves estrangeiras em emergências ambientais.
  • Anúncio dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas (PPCDs), pela primeira vez, para todos os biomas brasileiros, com estratégias específicas para a preservação ambiental em diferentes eixos até 2027;
  • Desde janeiro de 2025, o MMA realizou quatro reuniões com especialistas de órgãos públicos e universidades para avaliar a situação climática e previsões futuras, além de seu impacto sobre a ocorrência de grandes incêndios florestais de comportamento extremo;
  • Publicação de edital que prevê recursos no valor de R$ 32 milhões do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) em conjunto com o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) para apoio a municípios prioritários na Amazônia e Pantanal na implementação de Planos Operativos de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (junho de 2025);
  • Retomada da Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios do Governo Federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais (maio e junho de 2025). O grupo se reúne de forma periódica para monitorar a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios, bem como para apoios mútuos em ações de prevenção e combate;
  • Conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios do Bioma Pantanal para a temporada deste ano, elaborado conjuntamente entre o governo federal e os estados que abrigam o bioma (maio de 2025). O plano para os nove estados da Amazônia Legal está em fase final de formulação;
  • Veiculação de campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais criminosos na Amazônia Legal voltada ao Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima, estados que mais sofreram com os incêndios no último ano (abril de maio de 2025);
  • Publicação de portaria pelo MMA (nº1.327/2025) declarando emergência por risco de incêndios (março de 2025): aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais e a atuação de estados e municípios.
  • Decreto n° 12.189, assinado pelo presidente Lula, que aumenta as punições por incêndios florestais no país.

Da Redação

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Last Update: 08/08/2025