O presidente Lula inaugurou, nesta quinta-feira (7), uma escultura do paisagista paulistano Roberto Burle Marx. O obra está instalada na fachada do Palácio da Justiça. Durante a cerimônia, o petista esteve acompanhado dos ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Cultura, Margareth Menezes.
Intitulada “Em Processo”, a escultura inaugurada por Lula marca a completude do projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, que previa a vinculação de obras de arte às fachadas dos palácios da Justiça, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Itamaraty.
No Itamaraty, Burle Marx elaborou o projeto paisagístico do espelho d’água, onde foi instalado, na década de 1960, o “Meteoro”, de Bruno Giorgi, que simboliza os continentes em diálogo. A residência oficial do presidente da República recebeu “As Banhistas”, de Alfredo Ceschiatti. O Palácio da Justiça, por sua vez, foi o último a ser erguido e ainda precisava se adequar ao projeto de Niemeyer.
“Infelizmente, apenas o Palácio da Justiça permanecia sem essa integração plena entre arquitetura e arte”, observou o ministro da Justiça, em discurso. Lewandowski fez questão de exaltar a memória de Burle Marx: “Foi pintor, gravurista, escultor, designer, mas, sobretudo, foi um visionário, que revolucionou a arte dos jardins ao valorizar nossa flora nativa, rompendo com os padrões europeus então dominantes”.
“Precursor da consciência ecológica, antecipou-se em décadas ao alertar sobre a necessidade de preservar nossa biodiversidade, sendo uma das primeiras vozes a denunciar os crimes contra o acervo natural brasileiro”, acrescentou o ministro.
A instalação da escultura “Em Processo” foi supervisionada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura (Minc), e pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Os especialistas selecionaram uma obra abrigada no Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, onde é mantida relevante coleção de plantas tropicais e semitropicais.
Leia mais – Vitória para a cultura: Lula torna permanente a Política Nacional Aldir Blanc
Urbanismo visionário
Margareth Menezes também discursou na inauguração desta quinta. A ministra da Cultura reconheceu o trabalho feito pelo Iphan e destacou a parceria com o Ministério da Justiça (MJ). “Evidencia uma orientação e um compromisso do nosso presidente Lula, mostrando a união entre os ministérios”, resumiu.
“Além de homenagear os 65 anos da fundação de Brasília, essa ação reforça a importância da proteção do nosso patrimônio cultural e celebra o urbanismo visionário da capital. Com isso, a Esplanada dos Ministérios ganha um novo elemento, que conecta arte, natureza e arquitetura, princípios centrais na criação de Brasília, reflexo do seu papel de modernidade e vanguarda no cenário internacional”, concluiu Margareth.
Da Redação, com informações de site do Planalto e Ministério das Relações Exteriores