A parlamentar petista defende protagonismo indígena e denuncia colonialismo climático
A deputada federal Dandara (PT-MG), presidenta da Comissão da Amazônia, Povos Originários e Tradicionais, participou nesta quinta-feira (7/8) da homenagem à IV Marcha das Mulheres Indígenas na Câmara dos Deputados. O evento reuniu lideranças de todo o País.

Resistência feminina
A parlamentar mineira, que tem se destacado por sua atuação em defesa do meio ambiente e igualdade racial, reforçou a importância da luta ancestral que sustenta os biomas brasileiros há mais de cinco séculos. “Há 500 anos colocamos nosso corpo, nossa vida, na linha de frente da preservação socioambiental para defender o território e proteger nossas vidas”, afirmou Dandara, ao destacar o papel das mulheres negras e indígenas na resistência e preservação dos territórios.
IV Marcha das Mulheres Indígenas

Dandara aproveitou o momento para saudar a IV Marcha, que reuniu mais de 5 mil mulheres indígenas em Brasília e promoveu a 1ª Conferência Nacional de Mulheres Indígenas. O momento foi um marco histórico para as políticas públicas de gênero e etnia. “Parabenizo o protagonismo das mulheres indígenas ocupando espaços de poder na sociedade”, disse a deputada.
COP30 na Amazônia real
No discurso, a deputada denunciou a tentativa de esvaziamento político da realização da COP30 em Belém, marcada para 2025. Segundo ela, há uma tentativa internacional de deslegitimar a realização da conferência no coração da floresta. “Quem vem para a COP precisa saber que está vindo para a Amazônia real. Não está vindo para Nova Iorque, nem para Tóquio, nem para uma grande metrópole. Vai ter dificuldade de locomoção, de alimentação, de climatização nos espaços porque essa é a Amazônia”, declarou Dandara.
A parlamentar também criticou o tratamento folclórico e colonizador dado à região amazônica e defendeu o protagonismo dos movimentos sociais e da sociedade civil no processo decisório da conferência. “Queremos que essas organizações tenham protagonismo, que suas lideranças sejam reconhecidas e envolvidas em todo o processo da COP”, afirmou.
Democracia não se negocia
Por fim, Dandara reforçou que não recuará diante das ameaças à democracia e à justiça climática: “Estamos dispostos a dar nossas vidas, se preciso for, para fazer avançar um projeto de país em que nossa voz seja ouvida, reconhecida, em que tenhamos espaço de poder real. Com a democracia, não se negocia”, finalizou.
Elisa Alexandre