
Nesta quinta-feira (7), a oposição no Senado encerrou o motim bolsonarista no plenário após mais de 47 horas. A decisão foi tomada pouco antes da sessão deliberativa marcada por Davi Alcolumbre (União-AP) e ocorreu após reuniões entre os senadores e o presidente da Casa.
Segundo Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, a saída representa um “gesto” em nome do diálogo: “Estamos nos retirando da Mesa do Senado da República para que os trabalhos possam fluir normalmente”.
Marinho afirmou que os oposicionistas continuarão participando dos debates e que a expectativa é que as pautas de interesse do grupo avancem. Ele revelou que, até então, não havia diálogo com Alcolumbre havia mais de 15 dias, mas avaliou que o movimento cumpriu seu objetivo ao restabelecer canais de negociação.
Na quarta-feira (6), o presidente do Senado se reuniu com o grupo e prometeu levar as pautas da oposição à discussão com os líderes partidários.
Durante a sessão virtual desta quinta, os senadores devem votar o projeto que reajusta a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos. O texto, já aprovado pela Câmara, precisa ser votado no Senado até o dia 11 de agosto, data em que a medida provisória que o originou perderá validade.
Na Câmara, os trabalhos foram retomados na noite anterior, após uma tentativa frustrada do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) de impor autoridade diante da ocupação promovida pela oposição.

O bloqueio no Congresso foi uma estratégia dos parlamentares para forçar a análise de três temas principais: anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, fim do foro privilegiado e impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Ao anunciar a desocupação do Senado, Marinho destacou que conseguiu reunir 41 assinaturas em um ofício que cobra celeridade na análise do pedido de afastamento de Moraes. Segundo ele, o documento formaliza a demanda da oposição e deve ser avaliado por Alcolumbre nos próximos dias.