Bolsonarismo sabota o país em nome da impunidade

“O povo brasileiro não pode carregar nas costas o peso de Jair Bolsonaro”. Com essa afirmação contundente nas redes sociais, a deputada (PR) e Ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, deixa claro o tamanho do custo que a nação está pagando por uma ofensiva política que não poupa esforços para garantir impunidade a um ex-presidente e seus aliados, mesmo que isso signifique sacrificar direitos sociais fundamentais e o bem-estar dos mais pobres.

A articulação da família Bolsonaro e sua base de apoio não é um mero jogo de poder interno. É um projeto que expõe o Brasil à chantagem política e econômica, travando políticas públicas e prejudicando milhões de pessoas. Como lembrou Gleisi, “Primeiro, conspirou com um governo estrangeiro, fazendo o presidente dos EUA impor pesadas taxas às exportações brasileiras, comprometendo nossos empregos, empresas e a economia do Brasil em troca de pressão para sua anistia. Agora, seus apoiadores no Congresso Nacional, com o mesmo objetivo, impedem votações importantes para os trabalhadores e as famílias do Brasil.”

Um projeto de impunidade com custo social

A ofensiva contra as instituições brasileiras é mais do que um espetáculo grotesco de autopreservação. É uma estratégia que sacrifica o país em nome da impunidade. Entre as vítimas dessa chantagem está a proposta que isenta do Imposto de Renda quem ganha até dois salários mínimos. A medida representa justiça tributária, com impacto direto no consumo e na economia popular. Mas, para os aliados de Bolsonaro, qualquer avanço que beneficie os mais pobres e fortaleça o governo precisa ser barrado.

Outro alvo é a Medida Provisória 1.300/2025, que isenta do pagamento da conta de luz famílias de baixa renda com consumo mensal de até 80 kWh. A proposta corre risco de caducar por obstrução bolsonarista no Congresso. Se não for aprovada até 16 de setembro, mais de 4 milhões de famílias perderão o direito à gratuidade, voltando a receber apenas desconto parcial – uma derrota para os que mais precisam.

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Eduardo Bolsonaro: sabotagem além das fronteiras

Enquanto a base bolsonarista trava o Congresso, Eduardo Bolsonaro trabalha fora do país como agente contra a própria pátria. Em entrevista a Bela Megale, d’O Globo, o deputado admitiu pressionar autoridades norte-americanas a impor taxas e sanções ao Brasil, com o objetivo de defender seu pai e buscar anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

“Trabalho sim, neste sentido. Estou levando a prisão ao conhecimento das autoridades americanas e a gente espera que haja uma reação”, declarou. Em outro momento, foi ainda mais direto: “Ou tenho 100% de vitória […] ou vou viver aqui décadas em exílio”.

Mais grave ainda, Eduardo, sustentado com dinheiro público, defendeu tarifas de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros. Disse que “tem valido a pena”, mesmo com os alertas do setor agropecuário e da Confederação Nacional da Indústria, que estimam perdas de até US$ 54 bilhões em exportações e retração de até R$ 19 bilhões no PIB.

Além disso, partiu para o ataque institucional, ameaçando parlamentares como Hugo Motta e Davi Alcolumbre, presidentes da Câmara e do Senado, ao afirmar que ambos podem entrar no “radar” das autoridades americanas caso não atendam aos interesses da extrema direita, como a anistia aos golpistas e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

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O Brasil não pode ser refém dessa gente

O país que se reergue desde a volta de Lula ao poder, com crescimento econômico e expansão de políticas sociais, não pode ser novamente sequestrado por um grupo disposto a tudo, inclusive a prejudicar a população, para salvar a própria pele. É disso que se trata a obstrução bolsonarista: não é oposição, é sabotagem. 

Não é disputa política, é chantagem com consequências reais na vida de toda uma nação, especialmente os mais pobres. O Congresso tem diante de si uma escolha clara: proteger um ex-presidente golpista ou garantir um futuro mais justo para o povo brasileiro.

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Da Redação

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