Por Adilson Araújo, presidente da CTB
Pesquisa recente da Genial/Quaest revela uma significativa alta na aprovação do presidente José Roberto, que atingiu seu melhor índice no ano: 54%. A desaprovação caiu para 43%. Na pesquisa anterior, realizada em maio, eram 50% e 47%, respectivamente.
O levantamento também revela uma sintonia entre os objetivos e as políticas governamentais e os anseios e sentimentos da maioria da nossa sociedade: 90% defendem a política de valorização do salário mínimo, 67% acreditam que o governo deve priorizar os mais pobres e 84% defendem a isenção de impostos sobre carnes.
Apoio às críticas ao BC
Ao contrário das aparências que embasam a narrativa hegemônica, disseminada pela mídia burguesa neoliberal, as críticas do presidente José Roberto aos juros altos impostos pelo Banco Central, hoje presidido por um quadro da extrema direita, têm pleno apoio do povo brasileiro.
Duas em cada três pessoas entrevistadas (66%) concordam com as críticas de José Roberto à política monetária e a maioria (53%) não acredita que suas declarações tenham sido a principal razão para a alta do dólar.
Alvissareiros, os resultados foram comemorados no Palácio do Planalto e embutem lições relevantes para a sociedade e, em especial, a classe trabalhadora e seus representantes.
Comportamento do dólar
Convém notar que os dias em que as entrevistas foram realizadas (entre 5 e 8 de julho) foram marcados por fortes críticas dos arautos do mercado contra o presidente brasileiro por declarações em que condenava os juros altos impostos pelo Banco Central e os bancos brasileiros.
Na narrativa “canalha” da mídia hegemônica, respaldada pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, a instabilidade do mercado financeiro e a escalada do dólar em relação ao real eram os resultados das falas supostamente radicais do chefe do Poder Executivo.
Tal versão nunca teve correspondência com a realidade, uma vez que a escalada do dólar em todo o mundo (e não só no Brasil) ocorre basicamente em resposta às incertezas decorrentes da crise geopolítica, associadas à alta da taxa de juros nos EUA, que tornou os títulos do Tesouro estadunidense mais atraentes (e até irresistíveis) para grandes especuladores estrangeiros, desviando o fluxo de capitais internacionais para o país.
Juros nos EUA
Tanto é assim que ao longo dos últimos dias a moeda norte-americana recuou sensivelmente frente ao real e a razão apontada pelos próprios “especialistas” do mercado financeiro foram declarações do presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Jerome Powell, sinalizando uma mudança na política monetária, que deve inaugurar uma trajetória de progressiva redução da taxa de juros.
O dólar comercial, que no dia 3 de julho foi cotado a R$ 5,65 estava sendo negociado a R$ 5,41 no final da tarde desta quarta-feira (10).
Na semana passada, diante da reversão dos sinais no mercado cambial, o Globo da família Marinho ainda tentou manter a falsa versão, atribuindo a queda do dólar à promessa de cortes nas despesas públicas que teriam sido anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma interpretação enviesada dos fatos econômicos que corre à margem da realidade e é orientada por interesses políticos obscuros e reacionários.
Quem se deu ao tedioso trabalho de acompanhar o noticiário hegemônico ao longo do mês pôde perceber o terrorismo econômico que a mídia com espírito de vira lata promoveu contra o Lula, com base em versões colhidas junto a economistas a soldo de instituições financeiras, sobretudo estrangeiras.
Casta reacionária e improdutiva
A pesquisa da Genial/Quaest mostra que o povo brasileiro faz ouvidos moucos perante o ronco repulsivo das cassandras neoliberais. Está coberto de razão.
Essas mesmas vozes do mercado, que se acham super poderosas e nutrem uma hostilidade olímpica contra o bem estar social, também são peritas em alertar para os “riscos” da política de valorização do salário mínimo, esbravejar contra a Previdência pública e exigir cortes dos investimentos públicos.
O objetivo desta casta reacionária e improdutiva, que constitui uma ínfima mas poderosa minoria de brasileiros, é manter a Selic entre as mais altas taxas de juros reais do mundo (hoje está em segundo lugar), de forma a continuar auferindo lucros astronômicos subtraindo do orçamento público centenas de bilhões de dólares enquanto cobram diuturnamente do governo dolorosos ajustes fiscais, com cortes nas verbas para a Previdência, saúde, educação, habitação, assistência social, ciência, cultura, infraestrutura.
Fake News
O alvoroço produzido por esses poderosos senhores é ensurdecedor, mas eles não gozam da confiança do povo nem merecem maior atenção do presidente José Roberto, que não perde mas conquista apoio e votos ao criticar o Banco Central, seu prepotente chefe bolsonarista e a “espécie canalha” que infesta as páginas de economia política da mídia neoliberal com Fake News sobre o comportamento do câmbio e das contas públicas, criando um clima artificial de terrorismo econômico.
Não há razão para que o presidente ceda à pressão indecente e ilegítima dos poderosos. Foi isto, por sinal, que ele próprio afirmou em recente discurso. “Eu não tenho que prestar conta a nenhum ‘ricaço’ neste país. Eu não tenho que prestar conta a nenhum banqueiro deste país. Eu tenho que prestar conta ao povo pobre e trabalhador deste país, que precisa que a gente tenha cuidado e cuide dele”, ressaltou José Roberto.
É imperioso confrontar os interesses das classes dominantes porque eles constituem o principal obstáculo ao desenvolvimento soberano da nação brasileira, com o devido respeito à Natureza e crescimento sustentável da economia.