A irresponsabilidade dos jornais, especialmente da Folha, chegou ao nível máximo. É inacreditável a adesão à conspiração bolsonarista contra o Supremo Tribunal Federal.
Há uma conspiração óbvia em andamento, desde 8 de janeiro e, agora, engrossada pela ofensiva de Donald Trump sobre o último baluarte da democracia brasileira, o STF.
E os jornais, especialmente a Folha, atacam o Ministro Alexandre de Moraes por supostamente atentar contra a liberdade de opinião de Bolsonaro, como se fosse um político convencional, atuando de acordo com as regras democráticas, e não o comandante de uma conspiração engrossada pela adesão de Trump.
Se um juiz de 1a instância fosse ameaçado por um réu, imediatamente decretaria sua prisão. Agora tem-se um ex-presidente, formalmente acusado de comandar um golpe de Estado, que age através de um filho, que alega publicamente estar trabalhando por sanções contra o Brasil e contra Alexandre de Moraes. E a Folha não apenas passa pano, como endossa a armação.
É um caso clássico de suicídio editorial, um jornal que abre mão de qualquer veleidade de mercado para atender aos objetivos comerciais imediatos de seus controladores.
Acordem! Especialmente se acham que é possível domar o monstro bolsonarista, conseguir privatizações selvagens das últimas grandes empresas públicas, fazer o Banco Central recuar na regulação das fintechs. E depois devolver o monstro de volta à jaula.
Julgam, ingenuamente, que um segundo governo bolsonarista seria similar ao primeiro, com Paulo Guedes permitindo toda sorte de negócios, especialmente com precatórios, e Roberto Campos Neto escancarando o mercado para as fintechs.
Repito: acordem! Se o fantasma bolsonarista voltar, em cima dos escombros do STF, não haverá mais freios e contrapesos, a malta dominará o Congresso, promoverá impicheamentos de Ministros do STF. E não será apenas para facilitar os negócios com Petrobras e Banco do Brasil, mas para evitar qualquer resistência quando os bolsonaristas investirem contra os veículos de mídia e suas fintechs.
Não é possível tanta miopia, defender o desmonte das instituições olhando apenas do ângulo dos grandes negóciosß que têm em mente. A queda do STF significará a horda invadindo os palácios e as redações, e com a ajuda das milícias armadas da Polícia Militar.
A guerra está apenas começando. O arsenal de Trump tem muitas outras armas para acionar. Aplicar a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes teve pouco efeito. Alexandre não tem bens no exterior nem pretendia visitar a Disneylândia. Mas contra outros Ministros, pode fazer estragos. Luiz Roberto Barroso tem imóveis em Miami e Gilmar Mendes tem negócios com outros países, através do IDP.
Escritórios de familiares de Ministros podem ter parceria com escritórios norte-americanos e serem retaliados. Não se pode perder de vista que não se está mais tratando com os Estados Unidos histórico, mas com a republiqueta a que ele foi reduzido por Trump. E uma republiqueta atômica e com o poder do dólar.
Apoiar os conspiradores, como está fazendo explicitamente a Folha, é jogar contra o país. São máculas que se eternizarão na história do jornal, tanto quanto o apoio explícito à ditadura militar.
