O senador Marcos do Val (Podemos-ES) acionou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pedindo uma “intervenção” urgente contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações de Rosean Kennedy, da Coluna do Estadão.
A solicitação foi feita após o magistrado determinar a apreensão dos passaportes do parlamentar, que desobedeceu ordens judiciais e viajou para os Estados Unidos utilizando o passaporte diplomático. No documento, o senador alegou “graves violações constitucionais” e escreveu: “Requeiro que esta Polícia Federal não permita que tal atentado continue impune”.
Durante a estadia em Orlando, Do Val publicou vídeos alegando que Moraes havia sido previamente informado da viagem. Apesar disso, o STF considerou que o parlamentar desrespeitou as medidas impostas, o que motivou a imposição de tornozeleira eletrônica a ele nesta segunda-feira (4) ao desembarcar no Brasil.
O bolsonarista também é investigado por tentativa de interferência nas eleições de 2022 e por supostas intimidações a delegados da Polícia Federal que atuam em inquéritos no Supremo.
Em 2024, Moraes já havia bloqueado R$ 50 milhões das contas de Do Val e autorizado buscas no gabinete e na casa do senador. Mesmo assim, a Polícia Federal não conseguiu apreender seus documentos de viagem.
Segundo a defesa, o parlamentar só foi intimado da negativa de Moraes após já estar em solo americano. No pedido encaminhado à Polícia Federal e ao Itamaraty, Do Val informou que a viagem estava programada entre os dias 26 de julho e 3 de agosto. A solicitação para manter os passaportes foi negada por Moraes, mas a defesa alega que a intimação só ocorreu no dia 24, após o parlamentar ter embarcado para Miami.
O senador afirma que não fugiu do país e justificou a viagem como parte de um recesso parlamentar ao lado da filha. “Estou aqui em Orlando curtindo esse recesso com a minha filha que ficou dois anos e meio afastada por conta do meu combate e desmascarar os crimes contra nossa Constituição e democracia”, declarou.
Apesar das alegações, o STF manteve as restrições e reforçou a investigação. A Polícia Federal ainda não se manifestou sobre o pedido de “intervenção” apresentado por Do Val, que também questionou o bloqueio de suas contas bancárias. Moraes sustenta que as medidas são necessárias diante das reiteradas tentativas de desrespeitar ordens judiciais.
