O ministro da Segurança Nacional do Estado de “Israel”, Itamar Ben-Gvir, acompanhado de centenas de colonos israelenses, invadiu o complexo da Mesquita de Al-Aqsa na manhã deste domingo (3), realizando rituais talmúdicos para marcar o Tisha B’Av (data que lembra a destruição do suposto templo judaico).
Mais de 2.200 colonos participaram da incursão, invadindo os pátios da Mesquita de Al-Aqsa em ondas, sob forte proteção policial israelense. Realizaram orações em grupo, cânticos, danças e gritos dentro do recinto sagrado — tudo com aprovação da polícia da ocupação, em clara violação até mesmo das leis do regime sionista. Ao mesmo tempo, os palestinos foram impedidos de entrar na mesquita e em toda a Cidade Velha, por meio dos portões próximos ao local sagrado, segundo informou o correspondente da emissora libanesa Al Mayadeen.
Pela primeira vez, Ben-Gvir liderou abertamente um minyan (quórum de dez homens judeus) em oração dentro da Mesquita de Al-Aqsa — sendo este o primeiro registro de que o líder da extrema direita tenha realizado abertamente um ato de culto no local sagrado muçulmano. É também a primeira vez que um ministro israelense realiza esse tipo de provocação.
Ben-Gvir havia recentemente ordenado à polícia que permitisse que colonos cantassem e dançassem dentro da mesquita, medida que os palestinos veem como parte de um plano para impor “novas realidades” pela força, desde que, em maio, ele declarou publicamente que “a oração e a prostração estão agora permitidas no Monte do Templo”.
Em comunicado à imprensa, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) protestou contra a invasão, chamando o comportamento dos colonos e do governo israelense de “criminoso”. Leia a nota na íntegra:
Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
O que ocorreu nas áreas externas da Mesquita de Al-Aqsa na manhã deste domingo — com invasões em larga escala por bandos de colonos, liderados pelo ministro terrorista extremista Ben Gvir e pelo membro do Knesset do regime de ocupação, o extremista Amit Halevi — constitui um crime crescente contra a Mesquita, uma intensificação da agressão contínua contra nosso povo palestino, sua terra e seus locais sagrados, além de uma provocação aos sentimentos dos muçulmanos em todo o mundo, ao profanar a primeira direção de oração e o terceiro local mais sagrado do Islã.
As invasões dos bandos de colonos, seus passeios provocativos, o hasteamento das bandeiras da ocupação e de uma bandeira com a imagem do suposto “Templo”, onde estava escrito em árabe “Casa Mundial de Deus”, tudo isso após a evacuação forçada da Mesquita e a imposição de um cerco completo, com reforço militar na Cidade Velha, além da repetição das invasões coincidentes com feriados judaicos — não conseguirão judaizá-la, nem impor uma nova realidade ou alterar sua identidade árabe e islâmica.
O comportamento do governo sionista extremista e de seus membros, criminosos de guerra que continuam perpetrando massacres, genocídio e fome contra nosso povo na Faixa de Gaza, assim como os assassinatos e atos de terrorismo na Cisjordânia pelas mãos do exército de ocupação e dos colonos, além das violações sistemáticas em Jerusalém e na Mesquita de Al-Aqsa — por meio de invasões, tentativas de judaização e alteração dos fatos no terreno — só servem para lançar ainda mais combustível ao fogo em toda a região.
Esse comportamento criminoso representa uma ameaça direta à paz e à segurança regional e internacional, e exige uma posição séria da comunidade internacional e das Nações Unidas para conter o governo extremista e responsabilizá-lo por seus crimes.
Conclamamos os filhos da nossa nação árabe e islâmica, em todos os níveis, a agir com seriedade para deter essas violações sistemáticas contra a Mesquita de Al-Aqsa, adotando medidas urgentes que forcem a criminosa ocupação a interromper o processo de judaização que impõe contra os locais sagrados islâmicos e cristãos em Jerusalém e em toda a Palestina ocupada.
Também convocamos nosso povo palestino, nossa heroica resistência e nossa juventude revolucionária a não permitir a implementação de nenhum dos planos criminosos da ocupação contra Jerusalém e a Mesquita de Al-Aqsa.
Afirmamos que a marcha de enfrentamento às medidas e agressões da ocupação, e a resistência à sua política fascista e criminosa, continuará até a libertação da terra e dos locais sagrados e a fundação de nosso Estado independente, com Jerusalém como capital.
Movimento de Resistência Islâmica – Hamas
Domingo, 8 de Safar de 1447 H
Correspondente: 3 de agosto de 2025